Lei vetada pelo prefeito, por inconstitucionalidade, foi dada como constitucional pelo Tribunal de Justiça de São Paulo

Projeto do vereador Elizeu Rocha (PP) institui ações de prevenção ao suicídio em escolas

O OE, Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo, votou, de forma unânime, pela constitucionalidade da Lei Municipal nº 14.690/22, de Ribeirão Preto, que institui em escolas da rede pública de ensino medidas de prevenção ao suicídio.

O projeto foi proposto pelo vereador Elizeu Rocha (PP) e foi aprovado pela Câmara. A lei foi objeto de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta pela Prefeitura de Ribeirão Preto, sob alegação de vício de iniciativa, violação do princípio da separação de poderes e ausência de fonte de custeio – teses não acolhidas pelo colegiado.

“A Lei Municipal nº 14.690/2022 não impõe qualquer obrigação ao Poder Executivo Municipal, destacando-se, no parágrafo único do art. 2º, previsão expressa de que ‘as escolas terão ampla liberdade para definir quais as medidas preventivas ao suicídio que serão implementadas aos seus alunos’. Observe-se que o Município possui, juntamente com a União, Estados e Distrito Federal, autonomia para tratar de assuntos relacionados à saúde, no interesse local, como é o caso dos autos, em que se busca promover medidas para prevenção ao suicídio na rede pública escolar”, frisou o relator do acórdão, desembargador Evaristo dos Santos.

Além disso, frisou o magistrado, “leis criando despesas, embora não mencionem a fonte de custeio, ou a mencionem de forma genérica, não devem ser declaradas inconstitucionais, podendo resultar apenas em sua inexequibilidade para o mesmo exercício”

O Portal da Thathi entrou em contato com o vereador, que enviou uma nota, reproduzida na íntegra:

“O projeto de lei nº11/2022 tem como objetivo desmistificar o suicídio entre crianças e adolescentes, já que falar sobre o tema ainda é a melhor solução. Diante disso, a escola tem um papel importante na prevenção, pois pode promover ações para conscientizar os alunos e a comunidade de como procurar ajuda diante de um tema tão delicado. Também deve estimular a reflexão sobre o papel docente diante desse assunto, sendo que muitos professores deparam-se diariamente com alunos automutilados, depressivos e com tendências suicidas.

A saúde mental e o controle das emoções são questões que necessitam de nossa atenção. Promover ações de conscientização aos alunos e como lidar com seus sentimentos é a melhor medida para se evitar tragédia.

Se informar para aprender e ajudar o próximo é a melhor saída para lutar contra esse problema tão grave. É muito importante que as pessoas próximas saibam identificar que alguém está pensando em tirar a vida e a ajude, tendo uma escuta ativa e sem julgamentos, mostrar que está disponível para ajudar e demonstrar empatia, mas principalmente levando-a ao médico psiquiatra, que vai saber como manejar a situação e salvar esse paciente”.

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