Lula é diplomado presidente do Brasil com discurso atacando o bolsonarismo

O presidente eleito ressaltou que foi uma eleição que envolveu um projeto de construção do país, contra uma narrativa de destruição da nação, baseada em fake News

Em solenidade realizada no início da tarde desta segunda-feira (12), no auditório do TSE, em Brasília, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, foi diplomado o 39º presidente do Brasil. Em discurso no ato da diplomação, Lula reiterou que o pleito deste ano se baseou na luta para a construção do país, contra uma narrativa de destruição da nação, num claro ataque ao bolsonarismo, principalmente pelo alto volume de fake News.

Leia, na íntegra o discurso de Lula:

“Em primeiro lugar, quero agradecer ao povo brasileiro, pela honra de presidir pela terceira vez o Brasil.

Na minha primeira diplomação, em 2002, lembrei da ousadia do povo brasileiro em conceder – para alguém tantas vezes questionado por não ter diploma universitário – o diploma de presidente da República.

Reafirmo hoje que farei todos os esforços para, juntamente com meu vice Geraldo Alckmin, cumprir o compromisso que assumi não apenas durante a campanha, mas ao longo de toda uma vida: fazer do Brasil um país mais desenvolvido e mais justo, com a garantia de dignidade e qualidade de vida para todos os brasileiros, sobretudo os mais necessitados.

Quero dizer que muito mais que a cerimônia de diplomação de um presidente eleito, esta é a celebração da democracia.

Poucas vezes na história recente deste país a democracia esteve tão ameaçada.

Poucas vezes na nossa história a vontade popular foi tão colocada à prova, e teve que vencer tantos obstáculos para enfim ser ouvida.

A democracia não nasce por geração espontânea. Ela precisa ser semeada, cultivada, cuidada com muito carinho por cada um, a cada dia, para que a colheita seja generosa para todos.

Mas além de semeada, cultivada e cuidada com muito carinho, a democracia precisa ser todos os dias defendida daqueles que tentam, a qualquer custo, sujeitá-la a seus interesses financeiros e ambições de poder.

Felizmente, não faltou quem a defendesse neste momento tão grave da nossa história.

Além da sabedoria do povo brasileiro, que escolheu o amor em vez do ódio, a verdade em vez da mentira e a democracia em vez do arbítrio, quero destacar a coragem do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, que enfrentaram toda sorte de ofensas, ameaças e agressões para fazer valer a soberania do voto popular.

Cumprimento cada ministro e cada ministra do STF e do TSE pela firmeza na defesa da democracia e da lisura do processo eleitoral nesses tempos tão difíceis.

A história há de reconhecer sua coerência e fidelidade à Constituição.

Essa não foi uma eleição entre candidatos de partidos políticos com programas distintos. Foi a disputa entre duas visões de mundo e de governo.

De um lado, o projeto de reconstrução do país, com ampla participação popular. De outro lado, um projeto de destruição do país ancorado no poder econômico e numa indústria de mentiras e calúnias jamais vista ao longo de nossa história.

Não foram poucas as tentativas de sufocar a voz do povo.

Os inimigos da democracia lançaram dúvidas sobre as urnas eletrônicas, cuja confiabilidade é reconhecida em todo o mundo.

Ameaçaram as instituições. Criaram obstáculos de última hora para que eleitores fossem impedidos de chegar a seus locais de votação. Tentaram comprar o voto dos eleitores, com falsas promessas e dinheiro farto, desviado do orçamento público.

Intimidaram os mais vulneráveis com ameaças de suspensão de benefícios, e os trabalhadores com o risco de demissão sumária, caso contrariassem os interesses de seus empregadores.

Quando se esperava um debate político democrático, a Nação foi envenenada com mentiras produzidas no submundo das redes sociais.”

Alexandre de Moraes

O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, em seu discurso, aproveitou a oportunidade para ressaltar que os ataques ao sistema eleitoral foram vencidos e que o extremismo, formado por grupos antidemocráticos, que pretendiam criar um regime ditatorial não tiveram sucesso. Segundo Moraes, nunca houve qualquer evidência de fraudes, e que o respeito aos ditames democráticos foi e será sempre evidenciado. Ele afirmou que o Poder Judiciário brasileiro é forte e eficaz e não será abalado pelo discurso de ódio de ninguém.

Alexandre de Moraes deixou um recado aos que pretendem usar mecanismos antidemocráticos que a justiça agirá de forma rígida e determinante no sentido de evidenciar e estabelecer sempre o estado democrático de direito, previsto na constituição.

O ato foi acompanhado por cerca de 300 convidados, com a participação na mesa do Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco e da Câmara, Arthur Lira, entre outras autoridades.

No dia primeiro de janeiro de 2023, Lula tomará posse do cargo. A solenidade desta segunda-feira finaliza do pleito eleitoral do ano de 2022.

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