MDB e PSD controlarão 38% dos orçamentos municipais a partir de 2025

O MDB irá comandar R$ 254 bilhões dos orçamentos municipais (19,7%), enquanto a fatia do PSD será de R$ 234 bilhões (18,1%)

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Baleia Rossi, presidente nacional do MDB, durante votação neste domingo (27) | Foto: Divulgação

O MDB e o PSD se consolidaram neste domingo (27) como os principais vencedores das eleições municipais de 2024. Juntas, as siglas controlarão mais de um terço do caixa (38%) das prefeituras brasileiras a partir do próximo ano. Esse valor corresponde a R$ 489 bilhões.

A diferença entre os dois partidos é de R$ 20 bilhões. O MDB irá comandar R$ 254 bilhões dos orçamentos municipais (19,7%), enquanto a fatia do PSD será de R$ 234 bilhões (18,1%).

Parte significativa do orçamento sob gestão do MDB no próximo ano se deve à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que derrotou Guilherme Boulos (PSOL) no segundo turno da eleição para a Prefeitura de São Paulo. O orçamento de R$ 107 bilhões, maior do país, representa 42% de tudo que estará sob decisão da sigla.

Além de São Paulo, ficam sob responsabilidade do partido as capitais Porto Alegre, Belém, Boa Vista e Macapá, que juntas representam R$ 22 bilhões.

O PSD, que conquistou o maior número de prefeituras do país, também controla grandes orçamentos. Um terço do montante do partido de Gilberto Kassab vem de cinco capitais, sendo o Rio de Janeiro a maior delas –R$ 46 bilhões foi o orçamento de 2023.

A cidade será novamente comandada por Eduardo Paes, reeleito no primeiro turno com 60,5% dos votos válidos (1.861.856 votos).

Além de Paes, foram reeleitos pelo PSD em capitais Eduardo Braide, em São Luís, Topázio Neto, em Florianópolis, Fuad Noman, em Belo Horizonte, e Eduardo Pimentel, em Curitiba. Juntas, essas capitais somam uma receita bruta anual de R$ 42 bilhões.

Outras orçamentos robustos sob gestão do PSD estão nas cidades paulistas São José dos Campos, R$ 4,7 bilhões, e Ribeirão Preto, R$ 4,6 bilhões, além de Londrina (PR), com R$ 3,7 bilhões.

Para a análise dos dados, a Folha usou as receitas brutas de orçamento informadas pelos municípios nas Declarações de Contas Anuais (DCA) do Tesouro Nacional, ligado ao Ministério da Fazenda.

O cenário considera apenas 5.433 cidades que enviaram dados de orçamento referentes a 2023 e que estão com resultado finalizado e válido pela Justiça Eleitoral.

O PL do ex-presidente Jair Bolsonaro garantiu a terceira maior parcela da divisão do orçamento para o próximo ano. A sigla será responsável por gerir ao menos R$ 163 bilhões.

O partido conquistou quatro capitais, com as reeleições no primeiro turno de Tião Bocalom, em Rio Branco, e João Henrique Caldas, o JHC, em Maceió, além das vitórias em segundo turno do deputado federal Abilio Brunini, em Cuiabá, e da vereadora Emília Corrêa, em Aracaju.

A maior parte do orçamento a ser controlada pelo PL não vem de capitais, mas de cidades de médio e grande porte do interior paulista, como São José do Rio Preto e Mogi das Cruzes, Saquarema (RJ), Itajaí (SC) e Blumenau (SC).

Depois do PL, aparecem União Brasil e PP, que terão respectivos R$ 120 bilhões (9,3%) e R$ 119 bilhões (9,2%) sob seus comandos. A quinta posição é do Republicanos, com uma fatia de 7,4%, que representa R$ 95 bilhões.

O PT do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparece no ranking com uma parcela de 4,7% dos caixas das prefeituras brasileiras a partir do próximo ano. O valor corresponde a R$ 60 bilhões.

A sigla conquistou apenas uma capital nesta eleição, Fortaleza, com a vitória do deputado estadual Evandro Leitão (PT) sobre André Fernandes (PL) por uma diferença de apenas 10.838 votos.

NATÁLIA SANTOS E NICHOLAS PRETTO / Folhapress