A médica Isabella Abdalla, acusada de usar as redes sociais para divulgar um “soro da imunidade”, firmou um termo de ajustamento de conduta (TAC) com o Ministério Público de São Paulo e deverá pagar uma indenização de R$ 18 mil.
Após a enorme repercussão da mensagem sobre o “soro da imunidade”, a médica bloqueou suas redes sociais, o que não impediu a Promotoria de instaurar inquérito sobre o assunto. O valor será dividido em quatro parcelas iguais e será revertido ao Fundo Municipal de Defesa dos Direitos Humanos.
Nas redes sociais, Isabella divulgou vídeos em que afirma que o “soro da imunidade”, composto de “alta dose de vitamina C, outras vitaminas e antioxidantes” era vendido como solução para o novo coronavírus.
Nas imagens apresentadas, mulheres grávidas recebiam as doses no consultório. “Gente, essa turma minha de gestante está uma mais maravilhosa que a outra. Todo mundo tomando soro para imunidade, ‘né’? Ficar imune do corona”, afirma a médica no vídeo.
Porém, não existe qualquer estudo que indique que o coquetel oferecido por ela tenha efeito de proteger contra o coronavírus.
Pelos termos do TAC, a profissional da saúde se compromete a deixar de anunciar e vender qualquer produto que não tenha comprovação científica ou desrespeite o estabelecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ou pelos Conselhos Federal e Regional de Medicina.
Caso descumpra o TAC, a médica pagará multa de R$ 18 mil por cada anúncio realizado, além de R$ 3 mil para cada venda de produto ou serviço.
A resolução 1.974 do Conselho Federal de Medicina proíbe médicos de “fazer propaganda de método ou técnica não aceito pela comunidade científica”.