Menino de 6 anos morre e deixa lição de amor à vida e às pipas

Pablo comemorando seu aniversario cercado de pipas | Foto: Arquivo pessoal

Falecido em 2018, aos 6 anos, Pablo Henrique Barbosa de Carvalho nasceu em 14 de janeiro, data em que se comemora o dia internacional da pipa. Tal relação de coincidência não existe apenas no calendário.

“Somos como pipas, feitas para voar! Nosso lugar é o céu. O dia que todos entenderem que só o amor nos faz voar, voaremos todos juntos”. Essa é uma das frases que Pablo sempre dizia para todos, lembram o pai Jeferson Carvalho, de 40 anos, e a mãe Najara Cristina Barbosa de Carvalho, 36.

O menino pipa, como carinhosamente apelidado foi, faleceu em decorrência de problemas cardíacos decorrentes da C.I.V (Comunicação Interventricular).

Além de ser sua brincadeira favorita, Pablo encontrava na pipa uma metáfora para a vida. “Ele sempre falava que o sonho dele era virar uma pipa para voar lá no céu”, recorda Jefferson.

Ainda de acordo com as boas lembranças da família, dentro de casa, Pablo já demonstrava fascínio pelo céu, subindo no sofá para observar as pipas dançando nas alturas através da janela. A paixão foi tão marcante que, desde muito cedo, aos dois anos, ele já se viu encantado pelo mundo das pipas.

“Ele subia no sofá e ficava olhando da janela para o céu e vendo as pipas voarem. E eu falava, você gosta de pipa? Aí, ele dizia que sim. Com dois anos , eu já dei uma pipa pra ele, ele mesmo já começou a soltar a pipa. Foi a vida toda atrás de pipa. Você andava com ele na rua, ele só andava olhando pro céu procurando pipa”, lembra o pai do menino falecido.

Durante o período de internação médica, o pai do menino pipa decidiu fazer uma surpresa. Na ocasião, foi elaborado um varal com mais de 100 tipos de pipas no quarto da criança em tratamento.

Conhecendo o desejo do filho de ter uma pipa bicicleta, ele prometeu realizar esse sonho após a cirurgia. Após uma busca online, encontrou um homem em Taquaritinga, próximo a Ribeirão Preto, que havia feito uma pipa semelhante.

Determinado a concretizar o presente especial, o pai entrou em contato com o homem, que trabalhava no SAMU de Taquaritinga, e, em poucos dias, recebeu a pipa de bicicleta no hospital, após viagem realizada por um caminhão alugado.

“Falei que só faltava a pipa bicicleta, que era o sonho dele. Ele via aqueles vídeos de chinês. E aí eu prometi pra ele que a gente ia construir essa pipa depois que ele saísse da mesa de cirurgia. E nisso eu desci da visita lá na e comecei a pesquisar”. Um dos momentos mais felizes da vida do jovem “menino pipa”.

Instituto

Desde 2020, o Instituto Pablo Henrique busca promover, viabilizar e contribuir com a superação e prevenção das situações de vulnerabilidade e risco social, investindo no desenvolvimento de crianças e adolescentes, para possibilitar fortalecimento dos vínculos familiares e sociais, trocas culturais, vivências e acesso a lazer.

Além disso, priorizam o acolhimento e o atendimento de pessoas em processo de luto, crianças de alto risco, crianças e adolescentes cardiopatas e oncológicos bem como aqueles em cuidados paliativos e apoio às suas famílias.

“O Instituto surgiu para ajudar pessoas com acolhimento, especialmente aquelas em situações vulneráveis. Pablo representou amor e resiliência, e queremos compartilhar isso com o mundo”, explica Jeferson.

Pablo Henrique, que iria completar 12 anos neste domingo (14), continua a inspirar e impactar vidas, deixando um legado de amor e esperança através do Instituto que leva o seu nome.

**Com informações de Sampi / GCN

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