Um menino de 9 anos morador de Ribeirão Preto foi contaminado, ao mesmo tempo, com os vírus Influenza A e Influenza B, além de Covid-19. Ele foi atendido nesta quinta-feira (6) no Hospital Santa Casa e não precisou de internação, mas está tomando medicamentos e sendo monitorado em casa pela família por estar com os sintomas das doenças. A informação foi divulgada pelo Portal Farolete.
“Foi um susto quando o resultado chegou”, afirmou ao Farolete a mãe da criança, que é uma advogada de 42 anos. Ela afirmou que já tinha conhecimento dos casos de coinfecção em Ribeirão, pois a médica que acompanha o menino a alertou.
Entre os familiares que moram na casa que são os dois pais e quatro filhos, apenas um deles não apresenta sintoma de pelo menos uma das doenças. A filha e a mãe não foram testadas para a influenza, porém a advogada acredita que todos estão com coinfecção.
Segundo a advogada, toda a família está com sintomas e eles variam para cada um deles. “Alguns tem febre alta, outros mais baixa. Localização das dores e ocorrência dos vômitos também são diversos”.
Infectologista do Hospital das Clínicas e docente na Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, Valdes Roberto Bollela explica que, na teoria, a coinfecção pode resultar em casos mais graves, mas que na prática, nos poucos pacientes relatados no mundo, o agravamento não se verificou (leia mas abaixo).
Com a vinda das vacinas para a Covid-19 o Brasil viu um afrouxamento das políticas públicas de distanciamento e isso somado as festas do final de ano causou uma explosão de casos. Nesse cenário surgiu a coinfecção da cepa H3N2 da Influenza, também conhecida como “Fluorona”, e a Covid-19. O menino apresentou, também, o vírus causador da Influenza B.
Segundo Bolela, esse tipo de coinfecção não é normal. Ele diz, falhas nos testes com antígenos são comuns, como no caso do menino de 9 anos, sendo o teste PCR, que é material genético pelas narinas. A prefeitura ainda não retornou o contato, sobre o registro do caso do menino.
“Não sabemos como fomos infectados. Nós cuidamos durante toda a pandemia, tanto que ninguém havia tido Covid. Passamos o Natal e o Ano-Novo em casa, com a presença de poucos familiares, principalmente idosos, justamente para nos precavermos”, explica a mãe.
Segundo o infectologista Bolela, os grupos de risco comuns para gripe e Covid são imunossuprimidos, com patologias cardiácas, neoplasias e idosos. Na Influenza, crianças abaixo de três anos também são mais suscetíveis a casos graves.