Mesmo com Black Friday, vendas do Comércio Varejista de Ribeirão Preto caíram 1% em novembro

Natal será decisivo para o desempenho do Varejo em 2024 e balizará a expectativa dos lojistas para o início de 2025

Imagem ilustrativa | Foto: Pablo Jacob/Governo de SP

Mesmo com a Black Friday, as vendas do Comércio Varejista de Ribeirão Preto tiveram queda média de 1%, em novembro de 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado. É o que aponta levantamento do SINCOVARP (Sindicato do Comércio Varejista) e da CDL RP (Câmara de Dirigentes Lojistas), por meio do CPV (Centro de Pesquisas do Varejo).

“Trata-se de uma pequena variação negativa apontando para uma estabilidade. Embora as vendas de novembro de 2024 tenham ‘caído menos’, não foi tão distante ao de 2023 quando a queda média das vendas foi de 2,7% em comparação a 2022”, analisa Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV SINCOVARP/CDL RP.

Ainda segundo Galli, por mais que os comerciantes tenham trabalhado suas promoções de BF, ao longo de todo o mês de novembro, a maioria dos consumidores pesquisou antes, para verificar como estavam as ofertas, para comprar apenas depois de receber a primeira parcela do décimo terceiro salário.

“Isso explica por que o PIX tem se destacado como principal modalidade de pagamento no Comércio. Como é dinheiro que entra direto na conta da loja, o consumidor consegue negociar descontos ainda maiores sobrando um pouco mais no bolso para saldar outros compromissos. O pico de vendas da temporada Black Friday 2024 foi mesmo na sexta, dia 29/11, e, mesmo assim, não foi suficiente para garantir variação positiva em novembro. Os consumidores continuaram cautelosos”, explica.

Empregabilidade

Em novembro de 2024, a variação entre vagas de emprego abertas e fechadas, no Comércio Varejista de Ribeirão Preto, apresentou estabilidade após queda de 0,5% em outubro.

“Foi uma levíssima recuperação. Os lojistas, principalmente os das regiões impactadas pelas obras de corredores de ônibus e galerias pluviais (centro e Av. Nove de Julho/Boulevard), contrataram menos temporários ou adiaram, ao máximo, novas contratações para esse fim de ano. Muitos só abriram vagas já no começo de dezembro, visando o horário especial de funcionamento que vai até 24/12. Esse comportamento ficou nítido nos mutirões de emprego que realizamos entre outubro e dezembro”, diz o pesquisador.

Índice de confiança SINCOVARP/CDL RP

Considerando uma escala de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o Índice de Confiança SINCOVARP/CDL RP de curto prazo (olhando para os três meses seguintes) registrou, em novembro, média de 2,1 pontos (ante 3,3 pontos da média de outubro). Foi classificado como pessimista.

No índice de longo prazo (que olha para os 12 meses seguintes), registrou, em novembro, média de 2,5 pontos (ante 3,3 pontos da média de outubro). Foi classificado como de pessimista para regular.

“Essa queda de confiança se deu muito porque, conforme o final do ano foi se aproximando, os empreendedores não vislumbraram melhora significativa do cenário em relação ao forte impacto das obras de corredores de ônibus e de galerias pluviais, especialmente no Comércio da região central de Ribeirão Preto. O movimento de novembro foi abaixo das expectativas para a maioria dos lojistas. O mesmo aconteceu na Av. Dom Pedro I, no Ipiranga, que viu o fluxo de clientes despencar, nos últimos anos, devido ao funcionamento dos corredores de ônibus e à restrição de estacionamento na via. As chuvas mais intensas também contribuíram para uma perspectiva mais negativa”, analisa.

Conjuntura econômica

Galli lembra, ainda, que em termos macroeconômicos a variação negativa nas vendas de novembro coincide com um cenário de crescimento da inflação, elevação da taxa de juros (Selic) e forte alta do dólar, fatores que encarecem o crédito e enfraquecem o poder de compra do consumidor. Além disso, continuam altos os níveis de endividamento das famílias e de inadimplência. Normalmente o desempenho de novembro serve de termômetro para as vendas de dezembro e começo de 2025. Resta saber se o período de Natal será suficiente para que o Comércio Varejista local pelo menos termine 2024 no ‘zero a zero’”, finaliza.

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