O publicitário e ex-marqueteiro do Partido dos Trabalhadores (PT) Duda Mendonça morreu, nesta segunda-feira (16), em São Paulo, aos 77 anos. Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês desde junho para tratar de um câncer no cérebro.
No local, também contraiu o vírus da Covid-19 e precisou ser intubado. Durante este tempo, não se sabia o estado de saúde de Mendonça, porque a família proibiu a divulgação de boletins médicos do profissional.
Em razão da perda, figuras do PT comentaram o óbito de Duda. O ex-presidente Lula, em manifestação de pesar, disse que o publicitário era um gênio da comunicação política e rememorou o trabalho na campanha de 2002.
“Duda Mendonça foi um gênio da comunicação política. O seu trabalho na campanha de 2002 já está na história como uma das campanhas mais bonitas e sensíveis da nossa história”, disse.
Já o governador da Bahia, Rui Costa (PT), usou sua conta no Twitter para emitir pesar à família e também lamentar a perda. “Lamento a morte do baiano Duda Mendonça. Publicitário que teve o seu talento reconhecido no Brasil e no mundo. Meus sentimentos para familiares e amigos”, escreveu.
A trajetória
Duda Mendonça participou de campanhas de Paulo Maluf (PP), em São Paulo; Ciro Gomes (PDT), no Ceará; Miguel Arraes em Pernambuco e de Pedro Santana Lopes, ex-primeiro-ministro de Portugal.
Contudo, seu trabalho mais lembrado foi o de 2002, na qual, por meio de seu comando, levou Luiz Inácio Lula da Silva a subir a rampa do Palácio do Planalto, com o slogan “Lulinha, paz e amor”.
Implicações com a justiça
Em outubro de 2004, o ex-marqueteiro acabou preso, durante uma operação da Polícia Federal contra rinhas de galo, no Rio de Janeiro. O escândalo teve repercussão negativa, e levou a derrota de Marta Suplicy (PT) à Prefeitura de São Paulo.
Entretanto as implicações maiores viriam no mensalão. Ele foi acusado de receber o dinheiro pelos serviços prestados ao PT por meio de uma offhsore localizada nas Bahamas.
Já em 2005, confessou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que apurava ilícitos nos Correios, que recebeu R$10,5 milhões pela campanha que elegeu Lula via caixa 2.
Mas não parou por aí. Em 2016 a Operação Lava Jato, após uma delação premiada, chegou ao nome do profissional, sob a acusação de ter recebido R$10 milhões para o Grupo político de Michel Temer (MDB).
Em 2017, assinou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal, e revelou supostas irregularidades na campanha de Dilma Rousseff (PT) e também de Temer.