Motorista de ônibus viraliza ao tentar manobra de skate durante campeonato no Biagi

Vídeo conta com mais de 27 mil reproduções em apenas uma publicação do Instagram

"Estava com a roupa de trabalho e deu nisso”, disse Weskley sobre o sucesso | Foto: Arquivo pessoal

Foi durante um evento no parque Maurílio Biagi, em 15 de março, que o motorista Weslkey Diego superou a rotina da condução do transporte público da cidade para virar protagonista em diversas páginas do Instagram. O motivo das milhares de visualizações: o vídeo, que já conta com mais de 27 mil interações em apenas um repost, no qual registra uma tentativa de manobra de skate, uniformizado. 

Era o backside tail a aposta da vez, aplicada num caixote grande de encontro seguinte ao inclino de uma rampa de madeira. Weslkey não ostentava roupas largas ou tênis específicos da cultura skateboard, mas as roupas da rotina que veste durante o ganha pão em toque pelas linhas que formam a cidade. 

A trajetória de Weskley no skateboard começou aos 13 anos, mas a frustração pelo investimento na carreira sem o retorno esperado lhe tirou das pistas por quatro anos. 

“Eu ando de skate há muito tempo. Teve uma época que eu tinha uns R$ 35 mil e investi esse dinheiro todo em mim e no skate. Dava aula em uma autoescola, e conforme o dinheiro ia acabando, eu pegava emprestado. A dona sempre me apoiou e me ajudava, mas gastei esse dinheiro que eu daria entrada num apartamento, trocar meu carro, comprar uma moto”, disse o motorista. 

Mesmo com o investimento e dedicação, Weskley não conseguiu acessar campeonatos profissionais, ingressar em alguma marca de relevância ou construir a própria loja de skate. “Fiquei frustrado por quatro anos, e não andei mais. A vida foi apertando, tentei ajudar meus filhos pois pago pensão, mas fiquei traumatizado”, explicou em afirmativa contínua. 

Ensolarado o dia do evento, Wesley decidiu ir à pista do parque público em seguida ao expediente de trabalho. A data já acumulava desencontros, mas insuficientes ainda para a desistência do motorista. 

“Cheguei nesse evento e não deu para competir. Tive um dia muito ruim, meu carro quebrou, o mecânico me passou a perna em R$ 2 mil e aí cheguei na pista de skate”, explicou. 

A motivação financeira também foi um estímulo para Weskley, pois a organização distribuía notas ao artista da melhor manobra – a sorte, entretanto, novamente não foi aliada de Weskley.

“O cara (do evento) estava dando dinheiro para a melhor manobra, aí pensei – estou apertado e preciso de grana para abastecer meu carro. Dei a manobra pensando em ganhar R$ 150, mas cada atleta foi dando manobra e acabando com o dinheiro. Quando peguei a base da manobra, o dinheiro já tinha acabado”, lamentou o motorista. 

Mesmo sem roupa adequada ou setup de costume, além da dificuldade do obstáculo, Weskley não se desmotivou e aplicou a manobra que, mesmo sem fim, cativou o público. “Foi isso que viralizou. A galera me deu uma mega energia positiva. Estava com a roupa de trabalho e deu nisso”, comentou. Confira o vídeo: 

“A galera sempre me pedia para voltar, e esse evento parece que foi uma coisa de Deus. Eu tava muito para baixo aquele dia, ai eu aprendi que a partir do momento que você agradece a Deus quando as coisas estão ruins, as coisas boas vêm para você. Deus me mandou ir lá, nem acertei a manobra e, pelo grau de dificuldade, acabei viralizando até no México, Barcelona, Lisboa”.

A viralização virtual rendeu a Weskley um novo estímulo. “Isso me deu um gás e me fez voltar a andar de skate. Em Ribeirão Preto, só está dando meu nome. Coloquei Deus na frente”.

“Hoje eu moro de aluguel, ajudo a mãe dos meus filhos, as despesas dos meus filhos. Às vezes não sobra nada, mas eu agradeço a Deus. Eu não sei o dia de amanhã, as vezes Deus me dá tudo em dobro”, conclui em esperança. 

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