Após detecção das cepas amazônica e britânica em Araraquara, o prefeito da cidade, Edinho Silva (PT), endureceu as regras da quarentena e colocará a cidade em um lockdown. O decreto está disponível no site da prefeitura e será publicado na segunda-feira (15).
O principal ponto do decreto é que, em Araraquara, será proibida a circulação de pessoas sem justificativa. Pelo decreto, em seu artigo sétimo, “fica proibida a circulação de veículos automotores, veículos de propulsão humana e de munícipes sem finalidade relativa à utilização ou à prestação dos serviços essenciais”. Quem se negar a cumprir a ordem pode ser autuado e preso em flagrante por crime de desobediência e também contra a saúde pública.
Atualmente, a cidade está na zona vermelha do Plano São Paulo, que só permite o funcionamento de comércios essenciais, mas haverá ainda mais restrições na cidade. O município soma 11.759 casos de infecção com 141 mortes.
Mais mudanças
O decreto também estipula que o horário de funcionamento dos serviços considerados essenciais não poderá ultrapassar o limite das 20h. Apenas alguns estabelecimentos – como unidades policiais e hospitais – estão livres da limitação.
O decreto proíbe ainda a abertura do comércio, de bares e restaurantes (exceto por delivery), salões de beleza, academias, a realização de qualquer evento ou atividade cultural e atividades da construção civil.
As cepas
A identificação das novas cepas presentes em Araraquara foi feita pelo Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, vinculado à Universidade de São Paulo (USP), com base em 16 amostras de pacientes de Araraquara com resultado positivo de Covid. Os exames foram solicitados depois de a prefeitura notar aumento intenso de novos casos nas últimas semanas.
Segundo estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cepa britânica é considerada entre 50% e 70% mais contagiosa do que o novo coronavírus original. Já a cepa amazônica pode ser ate três vezes mais contagiosa que a versão original do vírus, segundo estudos preliminares.
“Essa informação nova só agrava o quadro em que estamos vivendo. Isso exigirá um sacrifício maior para conter a contaminação de uma mutação do vírus extremamente agressiva (…) a notícia da circulação das mutações do vírus exigirá de nós maior rigor e, da sociedade, maior sacrifício para que a gente não perca o controle no enfrentamento à doença, para que os nossos pacientes tenham leitos”, afirmou Silva.