A nutricionista Leryanne Cristina de Moraes Lino morreu na terça-feira (22) na Unidade de Emergência do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto com a suspeita de envenenamento. A mulher, de 35 anos, natural de Curitiba, veio para cidade para ficar com o namorado, que reside nos fundos de um motel na zona Leste, e que conheceu pela Internet. A família dela considera o namorado virtual suspeito por envenenamento. A Polícia Civil investiga o caso.
De acordo com a família, Leryanne conheceu o namorado virtual há dois anos. Desde então, a vítima mudou seu comportamento. No começo do ano, após muita conversa com a família, a nutricionista resolveu colocar um ponto final no relacionamento. Na época, ele a ameaçou e Leryanne registrou um Boletim de Ocorrência de injúria e difamação contra o homem.
“Ele entrava bem na cabeça dela, conseguia fazer com que ela acreditasse que lá ela teria um futuro melhor do que ela teria aqui, com a família dela”, contou o irmão da vítima ao portal Ric Mais, que publicou originalmente a história.
Após alguns meses, a mulher resolveu dar uma segunda chance e o casal reatou o namoro. Na época, o namorado foi até Curitiba para visitar a nutricionista e, na ocasião, os dois foram para um hotel, onde ficaram por três dias. A família alega que ele não foi na casa dela para conhecer os familiares.
Alguns dias depois da ida do namorado para Curitiba, a nutricionista Leryanne resolveu ir com ele para Ribeirão Preto com a justificativa de que iria noivar. “Ela disse que gostaria de ir até lá porque ela queria noivar, encontrou esse rapaz e nós não concordávamos muito com esse relacionamento, porque a gente não tinha informações sobre residência, de onde trabalhava e tudo isso era um pouco suspeito para nós“, contou o irmão.
Mudança
Em 4 de outubro, a nutricionista se mudou para Ribeirão Preto. Desde que a Leryanne Cristina mudou para Ribeirão Preto, a família alega que ela alterou completamente seu comportamento. Inclusive, declararam que ela parou de mandar mensagens em áudio, causando grande estranheza.
“Ninguém está afirmando que ele seja autor da morte dela, só que temos uma série de indícios que nos levam a acreditar nisso. Ele é uma pessoa com problemas de comportamento. E existe uma possibilidade grande dele ter clonado o WhatsApp dela, porque a mudança na conversa a partir daquele momento é radical. Não existia uma explicação para a conversa ser apenas digitada, porque nunca um áudio? Como sempre foi? Sempre que ela viajava, ela ligava”, manifestou um tio da vítima, em entrevista ao veículo paranaense.
O tio relembrou que a sobrinha ligou para os familiares pedindo um remédio e as lentes de contato que ela havia esquecido, durante a decisão repentina de ir para Ribeirão Preto. “Ela ligou pedindo as lentes de contato e um medicamento e isso nunca chegou lá. Ele passou o endereço de um shopping, onde ninguém conhecia ele”, comentou o tio.
Internação
Em 10 de outubro, uma uma equipe médica da unidade de emergência do Hospital das Clínicas ligou para a família avisando sobre a internação dela. Familiares viajaram para o interior de São Paulo. O irmão contou que a equipe médica apenas reforçou a suspeita da família sobre a causa da morte ser por envenenamento.
“Na primeira conversa com os médicos, a primeira suspeita era de envenenamento. Ela também apresentava hematomas pelo corpo e, apesar de não apresentar nenhum trauma, os órgãos estavam se definhando. Típico de envenenamento. Eles alertaram a gente que o namorado dela era uma pessoa suspeita, então, eles não queriam passar informação para ele.”
A jovem foi tratada por 12 dias, mas não resistiu e acabou morrendo. O sepultamento de Leryanne Cristina aconteceu na tarde desta quarta-feira (23), em Curitiba. A Delegacia de Defesa da Mulher de Ribeirão Preto está investigando o caso, para verificar se existe indício de morte criminosa.