Nutrientes e o TDAH

Outubro é muito lembrado como o mês da Prevenção ao Câncer de Mama, porém em muitos países também é o Mês de Conscientização sobre o TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.

Mesmo que não conheça ninguém com o distúrbio, já deve ter ouvido falar dele. Muitos famosos tem o diagnóstico de TDAH, como os ex-BBBs Fiuk e Pedro Scooby, as apresentadoras Sabrina Sato e Tatá Werneck, além dos internacionais como as atrizes Jennifer Lawrence (vencedora de Oscars) e Emma Watson (a Hermione, de Harry Potter) e o nadador Michael Phelps.

O TDAH é um distúrbio neurobiológico que faz com que o indivíduo tenha hiperatividade, impulsividade e desatenção. Estes sintomas aparecem na infância, mas podem permanecer na vida adulta também.  Segundo a  ABDA (Associação Brasileira do Déficit de Atenção), a primeira descrição oficial do que hoje chamamos TDAH data de 1902, quando um pediatra inglês apresentou casos clínicos de crianças com hiperatividade e outras alterações de comportamento, que não conseguiam ser explicadas por falhas educacionais ou ambientais, mas que deveriam ser provocadas por algum transtorno cerebral na época desconhecido. Inclusive, antes de ter este nome, o TDAH já foi conhecido por outros nomes como: síndrome da criança hiperativa, lesão cerebral mínima, disfunção cerebral mínima, transtorno hipercinético, transtorno primário da atenção.

O tratamento do TDAH deve ser acompanhado por psiquiatras ou neurologistas e psicólogos, com medicação e terapia adequada para cada indivíduo, porém a alimentação pode auxiliar no tratamento, especialmente se focarmos em alguns nutrientes:

  • Aminoácidos triptofano e tirosina – os aminoácidos são pedacinhos das proteínas e muito importantes para nosso metabolismo como um todo. O triptofano e a tirosina são precursores de neurotransmissores importantes como a serotonina e a dopamina, mensageiros químicos que garantem que as informações sejam transmitidas de um neurônio a outro no cérebro. Estes nutrientes estão presentes em carnes, ovos, lácteos e grãos. O Triptofano pode ser encontrado também na banana e no cacau.
  • Magnésio – relacionado com a produção de serotonina, está presente em folhas verde escuras, já que faz parte da molécula de clorofila, cor verde das plantas. Além das folhas, também encontramos em grãos integrais.
  • Zinco – possui uma ação reguladora sobre o transportador da dopamina. Está presente em carnes, peixes, grãos integrais, sementes e castanhas.
  • Ácidos graxos Essenciais (ômegas) – são fundamentais para o funcionamento do cérebro. Os ácidos graxos ômega-3 auxiliam na formação da bainha de mielina que funciona como uma capa isolante entre os axônios, que são as conexões dos neurônios. Estão presentes em óleos vegetais, oleaginosas, sardinha, atum, chia e linhaça.
  • Corantes artificiais – alguns estudos vêm demonstrando piora da hiperatividade com o consumo de alguns corantes artificiais que levaram a União Européia (UE) a solicitar aos fabricantes de produtos contendo corantes artificais que incluíssem avisos nos rótulos informando ao público consumidor que “pode produzir efeitos adversos na atividade e atenção de crianças”.
  • Açúcar – Apesar de muito se falar sobre o aumento da hiperatividade com o consumo de açúcar refinado, os estudos ainda são inconclusivos. Muito sobre a relação do consumo do açúcar e a hiperatividade pode estar relacionado ao comportamento e aos hábitos das crianças e não a um impacto do açúcar no cérebro das crianças. De qualquer forma, a recomendação é moderação sempre, além de prestar atenção em como os doces são utilizados na alimentação. É muito comum utilizar doces como recompensa no cotidiano e isto por si só já deixa a criança – e adultos também – com mais vontade de comer doces e mais ativa ao consumi-lo.

Um lembrete importante: apesar de sabermos que estes nutrientes podem auxiliar no tratamento, cuidado com suplementação sem orientação. Toda suplementação deve ser avaliada por profissional capacitado já que alguns nutrientes são tóxicos em excesso. A nutrição comportamental também pode auxiliar muito no tratamento, já que auxilia a organizar os hábitos e lidar melhor com os alimentos, tanto para crianças quanto para adultos.

Ana Carolina Port, Nutricionista Clínica com Aprimoramento em Nutrição Pediátrica e Mestre em Ciências pela FMRP/USP, aprimoranda em Transtornos Alimentares pelo Ambulim IPq/USP, Docente Universitária, Colunista do programa Alto Astral da TV Thathi de Ribeirão Preto.

Atendimento com abordagem sem dieta baseada em Entrevista Motivacional, Comer Intuitivo e Mindful Eating.

 

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