Um grave acidente entre um Porsche e um Sandero deixou um motorista de aplicativo morto na madrugada de domingo (31), na região do Tatuapé, zona leste de São Paulo.
O veículo de luxo, avaliado em cerca de R$ 1,2 milhão, era conduzido pelo empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, que foi retirado do local do acidente pela mãe.
A Folha de S.Paulo procurou a defesa dele por mensagem e ligação nesta segunda (1º), mas não recebeu retorno. No domingo, advogada da família Sastre, Carine Garcia, afirmou que “ele está em choque” e vai se manifestar nesta segunda.
ONDE O ACIDENTE OCORREU?
O acidente aconteceu na avenida Salim Farah Maluf, na altura do número 1.801, no Tatuapé, às 2h25 de domingo (31). O acidente foi registrado como homicídio culposo na direção de veículo automotor, lesão corporal culposa na direção de veículo automotor e fuga de local de acidente.
COMO ACONTECEU?
De acordo com o boletim de ocorrência, o Porsche bateu na traseira do Sandero, que era conduzido pelo motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52. Ele foi socorrido por bombeiros ao Hospital Municipal do Tatuapé, com parada cardiorrespiratória e múltiplos traumatismos. Viana não resistiu aos ferimentos.
CARRO ESTAVA EM ALTA VELOCIDADE?
O Porsche estava em alta velocidade, de acordo com duas testemunhas que passavam de carro pelo local em um HB20. Segundo o registro policial, as testemunhas disseram que o Porsche fez uma ultrapassagem, perdeu o controle e bateu na traseira do Sandero.
QUEM ESTAVA NA PORSCHE?
Além do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, na Porsche também estava o passageiro Marcus Vinicius Machado Rocha, 22. Ele foi socorrido para o Hospital São Luiz Tatuapé.
O EMPRESÁRIO QUE DIRIGIA A PORSCHE FUGIU?
A mãe do empresário foi até o local do acidente, ainda de acordo com o registro policial, e disse que o levaria ao Hospital São Luiz Ibirapuera devido ao leve ferimento que ele apresentava na região da boca. Os policiais militares foram até a unidade para ouvi-lo e fazer o teste do bafômetro, mas receberam a informação de que o empresário não deu entrada em qualquer hospital da rede São Luiz. Ainda segundo o registro policial, os agentes não conseguiram mais falar com o empresário ou sua mãe as ligações não foram atendidas.
POR QUE A POLÍCIA MILITAR LIBEROU O EMPRESÁRIO?
Em nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) disse que, em caso de acidentes de trânsito, a prioridade da Polícia Militar é garantir o resgate das vítimas e preservar o local do acidente.
De acordo com a nota, inicialmente, além do motorista que morreu, o empresário que estava na Posche foi apontado também como vítima, e, como tinha ferimento, foi socorrido.
“Durante a apresentação da ocorrência verificou-se que o possível autor seria o condutor da Porsche. Os PMs realizaram diligências no hospital em que o motorista sinalizou que seria atendido e em sua residência, mas ele não foi encontrado. Diante disso, o caso foi registrado como homicídio culposo e lesão corporal culposa na direção de veículo automotor e fuga do local do acidente”, afirmou a SSP.
A SSP afirmou que a PM “analisará a dinâmica da ocorrência para identificar eventual erro de procedimento operacional”. O caso foi registrado e é investigado pelo 30º DP (Tatuapé).
FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress