Há alguns anos, a obesidade – doença multifatorial caracterizada, principalmente, pelo acúmulo excessivo de gordura corporal – é considerada um grave problema de saúde pública. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estarão com sobrepeso e mais de 700 milhões obesos. Já as crianças com sobrepeso e obesidade, no mundo, podem chegar a 75 milhões de casos.
Em Ribeirão Preto, os números também são considerados altos. Segundo dados cedidos pelo Departamento de Planejamento em Saúde, da Secretaria Municipal da Saúde, dos 84.467 adultos que passaram pela avaliação de Índice de Massa Corporal (IMC) no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2023, 32,69% apresentaram sobrepeso e 40,89% obesidade. Ou seja, mais de 70% do público atendido foi diagnosticado com algum nível de excesso de peso. “A obesidade desequilibra o organismo como um todo e acaba sendo uma porta aberta para o surgimento de uma série de patologias, entre elas o desenvolvimento de diferentes tipos de câncer”, diz Dr. Carlos Fruet, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto.
Segundo informações do Instituto Nacional de Câncer (INCA), nessa lista estão incluídos os tumores de esôfago (adenocarcinoma), estômago, pâncreas, vesícula biliar, fígado, intestino (cólon e reto), rins, mama, ovário, endométrio, tireoide, dentre outros. “O excesso de gordura corporal, associado a uma alimentação com dietas ricas em carboidratos e gorduras, alto consumo de ultraprocessados e sedentarismo, causa um estado de inflamação crônica e aumento nos níveis de determinados hormônios que promovem o crescimento de células cancerígenas”, explica Erica Bronzi Fagundes, nutricionista da Oncoclínicas Ribeirão Preto.
A obesidade também é apontada como um elemento desfavorável no processo de combate ao câncer. “Essa condição dificulta o tratamento e aumenta as chances de retorno da neoplasia. Portanto, o controle do peso corporal é indispensável e deve ser feito antes, durante e após o tratamento”, acrescenta Dr. Fruet.
Além do câncer, outras doenças estão relacionadas à obesidade, entre elas: hipertensão arterial; aumento do colesterol e triglicérides; diabetes; apneia do sono; acúmulo de gordura no fígado; infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).
Mudar alguns hábitos e adotar uma rotina mais regrada é o primeiro passo rumo à prevenção. “Ter uma alimentação saudável, ser fisicamente ativo e evitar o consumo de bebidas alcoólicas em excesso são medidas de prevenção, tanto contra a obesidade quanto contra o câncer”, finaliza a nutricionista.