Foram levados para a Cadeia Pública de Bebedouro os oito guardas civis municipais presos na manhã desta terça-feira (1º) durante a Operação Calabar, deflagrada pela Delegacia Seccional de Polícia de Bebedouro com apoio do Ministério Público. Os agentes são suspeitos por, durante desempenho de suas funções, cometerem uma série de infrações penais.
Em nota, a Delegacia Seccional de Bebedouro informou que os investigados cumprirão prisão temporária por cinco dias. Durante a operação, foram apreendidas porções de maconha, crack e cocaína, armas, munições, rádio comunicadores e celulares. Um dos investigados também foi autuado, em flagrante, por tráfico de drogas.
Segundo o comandante da Guarda Civil Municipal (GCM), Luís André Rosa Junior, a investigação teve início há oito meses depois de uma série de denúncias feitas na Corregedoria de que os agentes se apropriavam de parte dos entorpecentes e dinheiro apreendidos nas ocorrências. Rosa Junior encaminhou o caso à Polícia Civil e ao Ministério Público, que acompanharam os trabalhos desde sua fase embrionária.
“As denúncias vinham sendo feitas, desde o começo do ano, pelos próprios presos. Eles alegavam que alguns GCMs estariam praticando atos ilícitos, se apropriando de parte dos objetos, drogas e recursos financeiros que eram apreendidos. Visto que nós não possuímos uma atribuição investigativa e nem condições de aprofundar a investigação, acionamos o apoio da Polícia Civil e do MP que, de imediato, acataram a nossa solicitação”, disse.
Aproximadamente 50 policiais civis das Delegacias Seccionais que compõem o Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior 3 – Ribeirão Preto, atuaram nas buscas. O nome atribuído a operação remete ao personagem da história brasileira Domingos Fernandes Calabar que, após o ingresso nas forças armadas portuguesas, traiu seus irmãos de armas para favorecer à invasão dos holandeses em diversas partes do Brasil.
A partir de escutas telefônicas realizadas com autorização da Justiça, os investigadores descobriram o esquema envolvendo os oito guardas civis. Após o cumprimento das prisões realizadas nesta terça-feira, a missão da polícia será identificar o nível de participação de cada agente no esquema criminoso.
O comandante da GCM ainda afirmou que os agentes presos já foram afastados dos cargos e um processo administrativo interno deve ser aberto contra eles.
“Sempre prezamos pela retidão, mesmo porque enquanto entes de segurança pública, temos que dar o exemplo para a sociedade. Queremos uma Guarda Civil exemplo já que é uma instituição que presta serviços relevantes para a população, serviços que são comprovados e noticiados diariamente”, conclui.