Pai acusa médica pela morte de recém-nascida em hospital; Polícia investiga o caso

Fato aconteceu no Hospital Municipal de Itapira na última terça-feira (5)

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Uma recém nascida morreu depois de mau atendimento no Hospital Municipal de Itapira, a Polícia Civil investiga a denúncia feita pela família. De acordo com o relato, a criança morreu 30 minutos depois de nascer.

A causa teria sido uma pancada na cabeça, ocorrida depois que uma das profissionais que fez o parto bateu, acidentalmente, a cabeça da criança em uma mesa de instrumentos. O Conselho Regional de Medicina (Cremesp) de São Paulo afirmou que pode abrir sindicância para apurar o caso.

O caso foi registrado pelo pai da criança, Matheus Nóbrega da Silva, 18, nesta terça-feira. “Quando minha filha nasceu, a doutora puxou pela cabeça. Ao sair, ela bateu onde estava os materiais cirúrgicos, uma mesa de ferro. Meia hora depois, ela morreu, e ninguém sabe nos dizer o real motivo da morte”, disse o pai, em entrevista ao Portal UOL.

O corpo da criança foi enterrado na tarde de quarta-feira (6). Segundo ele, o casal foi atendido pela primeira vez na noite de segunda-feira. A mãe da criança, uma jovem de 15 anos, começou a ter contrações. Foi atendida no hospital municipal de Itapira e liberada após ser medicada. Horas depois, as dores pioraram, e ambos voltaram ao hospital.

Na madrugada da terça, foi constatado então o aumento de dilatação, e a adolescente foi internada e preparada para o parto. Depois do parto e da suposta batida com a cabeça na mesa, a criança recebeu massagem cardíaca e foi levada à incubadora, respirando com a ajuda de aparelhos. Meia hora depois, acabou morrendo.

Segundo Matheus, a família não recebeu a certidão de óbito e nem foi informada da causa da morte. “Não me deram nada. Até agora, não sabemos o que aconteceu com a nossa filha. Só sabemos que ela se foi e que vai fazer muita falta na nossa vida. Minha mulher está muito mal, com muitas dores, na alma e no corpo. E o pior é não saber o que aconteceu”, disse.

Outro lado

Procurada, a Secretaria de Saúde de Itapira informou que se solidariza com a dor da família. “Estamos empenhados para elucidação das dúvidas geradas em relação ao atendimento prestado durante a internação. A Secretaria informa ainda que está no aguardo do laudo do Serviço de Verificação de Óbitos do Estado de São Paulo. Portanto, a fim de esclarecer todos os fatos a investigação segue em sigilo profissional”, informou.

A reportagem tentou contato com a médica acusada pela família da recém-nascida de má-conduta, mas não conseguiu falar com ela até o fechamento da matéria.

Investigação

O delegado Anderson Cassimiro de Lima, responsável pela investigação, já tomou o depoimento dos pais e informou que irá ouvir também o hospital. A Polícia Civil informou, ainda, que o laudo necroscópico já foi solicitado e que irá determinar a causa da morte da recém-nascida. A partir do documento, as autoridades irão apurar eventuais responsabilidades e, se for o caso, abrir o inquérito para eventual responsabilização dos profissionais.

Já o Cremesp informou, em nota, que, “no caso em questão, o Cremesp poderá abrir sindicância para apurar se houve indícios de má conduta ética e profissional, respeitando os fluxos formais e garantindo o direito de manifestação a todos os envolvidos.”