Polícia prende empresário de Ribeirão envolvido em esquema de venda de agrotóxicos adulterados

Prisão faz parte da “Operação Alquimia”, que cumpre 53 mandados busca e apreensão e cinco de prisões preventivas, em 15 cidades de quatro estados

Empresário foi detido em setembro de 2020, sob suspeita do mesmo crime Foto: Reprodução / A voz metropolitana

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu, na manhã desta terça-feira (22), um empresário de Ribeirão Preto, por suspeita de chefiar um esquema de venda e falsificação de agrotóxicos. A prisão faz parte de uma das fases da Operação Alquimia, que cumpre 58 mandados de busca e apreensão e prisão preventiva em 15 cidades dos estados Bahia, São Paulo, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. 

Os agentes chegaram a prender o mesmo empresário em flagrante, em setembro de 2020, sob a mesma suspeita, após a descoberta de laboratórios clandestinos na cidade. De acordo com a investigação, um grupo de Ribeirão Preto atua na comercialização e também falsificação de defensivos agrícolas, transportados e armazenados nas cidades de Ijuí e Cruz Alta, no RS. Além disso, os envolvidos ainda enviam os produtos para outros estados. De acordo com os investigadores, os agrotóxicos adulterados são vendidos por valores abaixo do mercado, mas não produzem o efeito desejado. 

Durante a investigação foram apreendidos produtos falsificados com integrantes do grupo, além de terem sido apreendidos também com agricultores lesados. Amostras foram encaminhadas para análise das empresas fabricantes, onde ficou constatada a total ausência do princípio ativo dos produtos. 

Operação Alquimia 

A operação conta com a participação de policiais da Bahia, Mato Grosso, São Paulo e o Pelotão da Polícia Ambiental de Cruz Alta. Em Ribeirão Preto, os agentes tiveram apoio do Divisão Especializada em Investigações Criminais (DEIC), da Polícia Civil, para cumprir o mandado de prisão contra o empresário, que não teve a identidade divulgada. Além de outros dez de busca e apreensão a bens do homem, que, inclusive, é suspeito de utilizar empresas fantasmas para vender os produtos. 

Veja abaixo o registro da prisão preventiva do suspeito:

Vídeo: A voz metropolitana

A equipe cumpre ainda outros 53 mandados de  busca e apreensão  e cinco de prisões preventivas, em 15 cidades da Bahia, de São Paulo, do Mato Grosso e do Rio Grande do Sul.  Segundo os agentes, as prisões preventivas foram decretadas em face das lideranças da organização, mas o número de integrantes pode ser ainda maior. “Muitos deles possuem antecedentes e estão envolvidos também com outras práticas criminosas: estelionatos, furtos e receptação de defensivos, contrabando, descaminho, crimes ambientais, associação criminosa, dentre outros”, disse a equipe em nota.

Problema antigo 

Essa não é a primeira vez que a polícia trabalha a procura de grupos de falsificação de agrotóxicos em Ribeirão Preto. Em março do ano passado, foi deflagrada a primeira fase da Operação  Princípio Ativo, que cumpriu 160 mandados de busca e 35 mandados de prisão preventiva n cidade e em outras oito do interior de São Paulo, assim como nos estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.

Durante a investigação, foi constatado que as atividades criminosas inerentes à falsificação e contrabando de agrotóxicos causam, no cenário nacional, somando os impactos diretos e indiretos, prejuízos na casa de R$11 bilhões de reais aos setores econômicos, além de impacto em 39,7 mil postos de trabalho que deixam de ser abertos. 

Ainda em setembro de 2020, um desdobramento da fase II da operação, denominado como “Operação QR-CODE”, cumpriu três mandados de prisão temporária e nove mandados de busca e apreensão em Ribeirão e Jardinópolis, contra um grupo suspeito de utilizar imóveis em área urbana para instalação de um laboratório clandestino de falsificação de defensivos agrícolas. 

Agentes da polícia de Ribeirão Preto atuaram ainda em outras duas ocorrências, uma em março de 2020, quando o Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar prendeu dois suspeitos em um galpão utilizado como fábrica clandestina. E outra, em setembro de 2019,  que prendeu uma quadrilha por suspeita de adulterar e falsificar agrotóxicos, em uma casa na Rua Alfredo Ravaneli, nas Chácaras Hípica, Zona Leste da cidade.

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