Policiais militares agridem clientes dentro de adega em Ribeirão Preto

Os PMs foram afastados do trabalho nas ruas, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública)

Caso aconteceu em 15 de setembro | Foto: Reprodução

Policiais militares invadiram uma adega de Ribeirão Preto (SP), na madrugada do último domingo (15), e agrediram clientes e os donos do estabelecimento, que estavam desarmados e não reagiram. O episódio foi divulgado neste domingo (22).

Os PMs foram afastados do trabalho nas ruas, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública).

Havia uma suposta aglomeração de pessoas na rua com música alta em um baile funk. O barulho fez com que os vizinhos chamassem a Polícia Militar.

Imagens de câmeras e segurança da rua e da adega mostram que, logo na chegada, os PMs jogaram bombas de gás para dispersar as pessoas. Foi quando o dono da adega fechou as portas. O proprietário disse que temia abrir a porta devido à agressividade demonstrada pelos policiais, que ficaram do lado de fora gritando para abrir e fazendo ameaças.

Como as portas de ferro não foram abertas, os policiais começaram a chutá-la e acabaram conseguindo arrombá-la.

Cliente foi atingido com 17 gospes de cassetete | Foto: Reprodução

Assim que entraram, as imagens mostram que os policiais derrubaram o balcão e um deles bateu em um funcionário com o cassetete. Outros PMs aparecem agredindo homens e mulheres –clientes e familiares do dono do comércio, que afirmou não ter organizado o baile funk.

Um cliente chegou a levar 17 golpes de cassetete de dois policiais. O dono da adega afirmou que chegou a ligar para o 190 para pedir socorro.

Toda a ação foi gravada pelo sistema de segurança do local, que mantém dezenas de câmeras. No entanto, o dono afirmou que sofreu as piores agressões justamente no seu quarto, que não possuía câmera. Ele disse ter apanhado na frente do filho de 6 anos e da filha de 13, que teria desmaiado ao presenciar a violência.

Os policiais só pararam, segundo o dono, ao se darem conta das câmeras. Eles tentaram encontrar a central de gravação, mas, como não estava no local, desistiram. O dono e o filho foram levados para a delegacia algemados e vão responder por contravenção penal, por causa de cinco máquinas caça-níquel apreendidas no local.

A Corregedoria da Polícia Militar investiga o caso. Já a SSP (Secretaria de Segurança Pública) informou que “remanejou os agentes envolvidos para funções administrativas” e que “a instituição não tolera excessos ou desvios de conduta, punindo com rigor toda irregularidade comprovada”.

Foto: Reprodução

Redação / Folhapress