O policial militar Maicon de Oliveira foi solto, nesta terça-feira (15), depois de ser detido pela morte da jovem Júlia Ferraz Signoreto, que morreu depois de ser atingida por bala perdida, na avenida Independência, em Ribeirão Preto.
O agente, de 34 anos, estava no Presídio da Polícia Militar Romão Gomes, em São Paulo. Na decisão do Tribunal de Justiça, que concede liberdade ao militar, foi determinado ainda o cumprimento de medidas cautelares.
Conforme indica o Conselho Nacional do Ministério Público, a medida cautelar é “o pedido para antecipar os efeitos da decisão, antes do seu julgamento. É concedida quando a demora da decisão causar prejuízos (periculum in mora). Ao examinar a liminar, o ministro relator também avalia se o pedido apresentado tem fundamentos jurídicos aceitáveis (fumus boni iuris)”.
Tais medidas cautelares, entretanto, não foram divulgadas pelas autoridades que respondem pelo caso. As investigações seguem em andamento.
O caso
Na madrugada desta segunda-feira (14), Julia Ferraz Signoreto, de 27 anos, foi assassinada na avenida Independência, em Ribeirão Preto. A vítima foi atingida por uma bala perdida, no momento em que deixava um bar acompanhada por um amigo.
O disparo que tirou a vida de Júlia teria sido realizado por um policial militar, durante uma suposta tentativa de assalto.
Nas imagens de uma câmera de segurança, é possível ver o momento em que a mulher é atingida pelo projétil. Por volta de 2:51, quando deixa o bar, a mulher atravessa a rua e para por alguns segundos no canteiro central da avenida.
Neste momento, um barulho de disparo de arma de fogo é notado, e a vítima é atingida. Uma unidade do SAMU chegou a ser acionada, mas a vítima não resistiu e faleceu.
Versões diferentes
Segundo o boletim de ocorrência, Júlia Ferraz Signoreto saia de um bar localizado naquela avenida quando foi alvejada por uma bala perdida, de uma arma disparada por um policial de 34 anos que, segundo ele, evitou ser assaltado por dois homens, que estavam em uma moto.
Ainda segundo o boletim, o policial estava de folga, passava pela avenida quando foi abordado pelos homens em cima da moto, que anunciaram um possível roubo. Ele estava armado e disparou contra a dupla, que também acabou atingida. Um terceiro tiro atingiu Júlia, quando esta atravessava a avenida. Os dois homens conseguiram evadir-se, mas foram atendidos mais tarde, um na UPA Norte e outro na Santa Casa. Júlia, infelizmente, não resistiu e morreu no local.
Ao serem ouvidos pelas autoridades policiais, no entanto, os dois rapazes negam que estariam armados ou mesmo que tentaram assaltar o policial. Segundo eles, houve uma discussão de trânsito que resultou nos disparos feitos pelo policial.
A Perícia foi acionada, os exames residuais foram feitos e as imagens das câmeras de segurança foram checadas. A Delegada de plantão classificou o crime como homicídio consumado, além de dupla tentativa de homicídio.
O caso será apurado com todos os detalhes pela polícia civil, quando então a verdade dos fatos será revelada.