Um policial militar de 35 anos, identificado como Edno Ferreira Ventura Júnior, morreu, na tarde desta quarta-feira (13), após complicações médicas decorrentes da aplicação de uma injeção clandestina, em Taquaritinga. A técnica de enfermagem responsável foi detida.
Segundo informações do Boletim de Ocorrência, registrado como homicídio consumado, o policial foi até a residência da técnica de enfermagem para aplicação de injeção intravenosa, a qual teria lhe causado choque seguido de morte.
Aos policiais competentes, a técnica responsável pela aplicação do medicamento, identificada apenas como T.C.G, apresentou imagens da residência, onde foi possível analisar o evento.
O delegado responsável compareceu no local dos fatos, para início das diligências. Em relatório, os agentes constataram que Edno havia sofrido um acidente neste ano, onde quebrou algumas costelas. Por este motivo, em razão das dores, o PM passou a usar morfina.
Segundo seus familiares, Edno contratou a técnica de enfermagem, que teria passado a fornecer a medicação controlada e aplicação regular.
A profissional, entretanto, negou os fatos dizendo que aquela era a única vez que havia aplicado medicação na vítima, sendo que não sabia o que a injeção continha, já que ele havia trazido a injeção pronta.
Na residência da profissional de saúde, foram encontrados soro fisiológico e ampolas do medicamento Cloridrato de Tramadol, o qual eram pertencentes ao Hospital Santa Casa de Misericórdia. Os medicamentos foram desviados da unidade de saúde.
Diante do fato e das circunstâncias apresentadas, o delegado responsável entendeu que a técnica, por ser profissional da saúde e técnica em enfermagem, tinha conhecimento dos riscos em aplicar o medicamento por via venosa sem prescrição médica e em sua casa.
Ainda de acordo com o documento de registro policial, a aplicação ocorreu longe de qualquer centro de saúde capaz de reverter a situação causada pela administração de medicamentos.
Por este motivo, o delegado entende que, nos termos do artigo 18, I (segunda parte) do Código Penal, a técnica agiu com dolo eventual, assumindo o risco de morte.
Por esse motivo, foi decretada prisão em flagrante delito pela prática do crime descrito no artigo 121 do Código Penal. Foi solicitada perícia técnica para o local dos fatos.
A técnica de enfermagem foi encaminhada à Cadeia Pública de São Carlos, e o caso é investigado.
Medicamentos foram apreendidos, bem como aparelhos eletrônicos relacionados à técnica de enfermagem detida. O corpo foi encaminhado ao IML de Araraquara, e as cerimônias póstumas aconteceram nesta sexta-feira (15).