Política, mais dos atores políticos

Confira a coluna de Paulo Sartre

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Foto: Paulo Sartre

Elizeu Rocha, ao desistir da corrida eleitoral deste ano, segundo ele por questões pessoais, nos bastidores da política suscitou a ideia de que o vereador pudesse ser independente em relação ao partido e, principalmente, ao Governo, se aposentando com chave de ouro. A expectativa foi rapidamente dissipada com a nomeação do vereador como 1º Líder de Governo no Legislativo pelo prefeito Duarte Nogueira.

“Amnésia Política” é um ingrediente comum entre os agentes políticos. A equipe de Nogueira no Executivo chegou a se desentender com Elizeu Rocha quando este se negou a votar a favor dos interesses da Proubano, contra o Governo, em relação à transferência financeira ao consórcio em primeira votação.

Elizeu precisou se afastar para que o 1º suplente de seu partido votasse a favor do interesse das empresas de transporte na 2ª discussão. Elizeu, antes maltratado pelo Governo e ameaçado de ter suas indicações revogadas, foi contratado por Nogueira para ser Elizeu Rocha, mais do mesmo até o fim do ano. Elizeu Rocha desembarcou em apoio escancarado a André Trindade, sinal de que Elizeu não quer perder o que tem.

As exonerações ainda são aguardadas e comentadas no Executivo, por agentes públicos, assessores parlamentares e vereadores. Questionado sobre a condição da secretária da Infraestrutura, Catherine D’Andrea, no Governo, o decano tucano disse que agora a secretária se alinhou com a equipe de Nogueira e atenderá aos interesses do candidato do União Brasil em relação aos pedidos populares na zeladoria. Portanto, ela fica, agora é da equipe de Nogueira e não mais do MDB de Maraca.

O tucano falou ainda que Marcelo Galli, chefe da RPMobi, deverá ser mantido no cargo até o fim do Governo, pelo receio de Nogueira indicar alguém que possa responder pelos 7 anos anteriores da gestão na Transerp e o que possa vir a acontecer até o fim do Governo. Quanto ao exército de indicações do segundo escalão do PL municipal, a ideia é mesmo enxugar o quadro pelo menos um mês antes das eleições, mas o decano dúvida que o prefeito tenha o mesmo ímpeto de exonerar indicações de Isaac Antunes, como fez, por exemplo, com Pedro Leão do MDB e Alessandro Maraca.

No ano do voto, é comum os vereadores mostrarem serviço, exaltarem indignação e baterem a mão na tribuna nervosos. Está prestes a acontecer um pedido de convocação da chefe do Habite-se em relação a um empreendimento da MRV, Iria 5, algo que não deve ser solucionável nos próximos seis meses, mas serve para fazer a velha política do oportunismo, iludir populares como exemplo do 14º dos aposentados. 

Além da provável convocação, uma CEE da Educação e um plebiscito foram propostos e abertos por outros vereadores, motivações que nos últimos 8 ou 4 anos não ocorreram.

A ordem da originalidade política local é apontar quem foi do Governo Darcy Vera, quem pertenceu à base política legislativa que defendia os Governos 2009/2016, quem participou das coligações da época, quais eram os agentes ‘atmosféricos’ que se tornaram vereadores, ex-secretários que estão na eleição e os que não estão, além dos familiares que conversavam com o empresário falecido e de vídeos de interrogatórios e confissões de outras operações policiais e farto material de boletins de ocorrências…

Um vale-tudo, com produção profissional de agência de publicidade, que, na verdade, são muitos sujos falando dos maus lavados, que deixam, em segundo plano, os problemas da política local e o que se pretende mudar a partir de 2015.

A CEE da Coderp, presidida por André Rodini, parece que desistiu de acompanhar a liquidação da Companhia, uma vez que a empresa deveria ter sido liquidada no ano passado, mas continua com uma folha de pagamento absurda. 

A coluna entrou em contato com a agenda de visitas da Cia e constatou que o vereador não esteve na Coderp durante o seu mandato. A CEE da Coderp segue sem relatórios e pareceres preliminares, longe de conclusão, e pode ter vencido o prazo de prorrogação.

**Esta coluna não reflete, necessariamente, a opinião do THMais

*Texto por Ângelo Lopes