A Prefeitura de Ribeirão Preto extraiu, nesta quarta-feira (18), ao menos quatro árvores da avenida do Café, na região da Vila Tibério, zona Oeste da cidade, na área onde será implementado um Corredor de Ônibus. A medida contraria comunicação da própria prefeitura, que havia declarado, em outubro, que nenhuma árvore nativa do local seria retirada.
A extração foi registrada pelo morador da Vila Tibério Adélio Ferreira Gomes Filho. Ele conta que a retiradas foram feitas por uma equipe terceirizada e que iriam ser extraídas mais árvores na avenida. “Eu vi eles tirarem quatro, mas vai ser mais. Eu acho um absurdo extrair aquelas árvores, serrar tudo. Não tem essa necessidade. Ficaram anos sem cortar o mato da avenida, e agora arrancam as árvores”, disse.
A retirada das árvores acontece cinco meses depois de a prefeitura garantir que nenhuma árvore seria cortada. Na ocasião, depois de uma série de manifestações nas redes sociais que falavam sobre o corte das árvores, o secretário de Obras, Luiz Eugênio Scarpino, chegou a gravar um vídeo, divulgado nas redes sociais da prefeitura, informando que a ação de corte não iria ocorrer.
“Essa obra não irá destruir as árvores aqui existentes. Ao contrário, nós vamos implantar mais 300 outras árvores que vão se agregar a essas. E algumas delas deverão ser modificadas de local (…) para poder garantir que exista a ciclovia”, disse Scarpino, no vídeo, publicado nas redes sociais da prefeitura em 24 de outubro.
Outro lado
Por meio de nota, “a Secretaria de Obras esclarece que, conforme informado anteriormente, apenas 50 árvores que estão alocadas em trechos que serão contemplados com ciclovia serão retiradas da avenida do Café. As que tiverem condições, serão replantadas.
Esclarece também que, na própria avenida, serão plantadas 350 mudas de árvores e outras 350 mudas serão doadas ao Horto Municipal, conforme o licenciamento ambiental”.
Corredor de ônibus
O corredor de ônibus da avenida do Café prevê a construção de uma ciclovia. Terá, no total, 3,23 quilômetros, beneficiando exatos 116.709 usuários do transporte coletivo urbano. A empresa DGB Engenharia será a responsável pela obra, que custará R$ 14,8 milhões.
No local, haverá uma faixa preferencial de ônibus por toda a extensão da via, desde a (Universidade de São Paulo) até o terminal rodoviário. Por todo o local, será instalada semaforização inteligente, que abre com a proximidade do ônibus para garantir fluidez e menor tempo de percurso, além de sinalização com botoeiras para pedestres e onda verde. Ao todo, serão 12 pontos de ônibus cobertos e com bancos, sendo seis em cada lado da avenida.
Além disso, as obras irão contemplar a revitalização de praticamente todo o passeio para garantir acessibilidade aos pedestres, principalmente àqueles com dificuldades de mobilidade. Todas as esquinas da avenida contarão com rampas de acesso para cadeirantes com piso tátil direcional e de alerta, indicando os pontos de espera e de travessia.