Quem visita ou trabalha no campus da USP em Ribeirão Preto é recebido por um cenário de vegetação exuberante, ar puro e paisagens verdes que contrastam com a severa crise ambiental vivida pelo estado de São Paulo em 2024. Após meses de seca intensa, que agravaram as queimadas em diversas regiões, especialmente na região de Ribeirão Preto, é difícil imaginar o trabalho que garantiu a preservação desse ambiente. Por trás desse cenário está o esforço integrado da Guarda Universitária, da Vigilância e da Seção de Áreas Verdes e Meio Ambiente, que trabalharam preventivamente para proteger o campus contra incêndios descontrolados.
“Os plantões foram intensos, 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem folgas, com reforço no efetivo e uso de tecnologias de monitoramento para áreas mais sensíveis, como a Floresta USP”, explica Vanderlei Rosa da Silva, encarregado da Guarda Universitária. Além do acompanhamento presencial, a equipe utilizou drones com câmeras e câmeras speed dome 360 graus para monitoramento em tempo real, garantindo resposta rápida a qualquer ameaça.
A vigilância não se limitou às áreas internas. O entorno do campus, que enfrentou pequenos focos de incêndio, também foi monitorado. Silva destacou que movimentações suspeitas, especialmente nas proximidades da Floresta USP, foram acompanhadas para evitar riscos.
Trabalho integrado e riqueza ambiental
A Seção de Áreas Verdes e Meio Ambiente desempenhou um papel fundamental na prevenção. Antonio Justino, chefe do setor, destacou o esforço na manutenção de aceiros, faixas de terra desprovidas de vegetação que servem como barreiras naturais contra o fogo. “Além disso, realizamos incursões regulares com a nossa caminhonete pelas áreas mais sensíveis, como a Floresta USP, para garantir que nenhuma ameaça se transformasse em desastre”, afirmou.
A Floresta USP, que abrange cerca de 170 hectares, não é apenas uma área de vegetação. Ela abriga o Banco Genético do campus, no qual espécies nativas são preservadas, e desempenha um papel crucial em projetos de pesquisa e de recuperação ambiental. Após os incêndios de 2020, que danificaram parte significativa da vegetação, 70% da área foi recuperada, reforçando seu papel como refúgio de biodiversidade e pulmão verde da região.
A experiência acumulada após eventos como os incêndios da década de 2010 e de 2020 foi decisiva para que, em 2024, o campus permanecesse intacto. Combinando a dedicação das equipes humanas com o uso de tecnologia avançada, “a Prefeitura do Campus demonstrou que a prevenção é o melhor caminho para enfrentar os desafios ambientais”.
**Por Jornal da USP