Caio Abraham, presidente local do PSL, alugou, com dinheiro do fundo eleitoral, o carro do próprio pai, por R$ 5.250, para usar na campanha. Ainda segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele também contratou, por R$ 4,5 mil, a namorada do irmão para trabalhar em sua campanha. O candidato informou que as despesas estão dentro da legalidade e foram declaradas, mas especialistas ouvidos pelo Grupo Thathi afirmam que as situações podem apresentar uma infração ao princípio da moralidade.
O veículo, segundo Abraham, é “um pequeno caminhão” e está sendo utilizado diariamente na campanha. O candidato não comentou sobre os serviços prestados pela namorada de seu irmão, mas, à Justiça Eleitoral, ele afirmou que se trata de “atividade de abordagem a eleitora” e “panfletagem”.
Neófito em disputas eleitoras – ele participa de sua primeira edição como candidato, Abraham, que é jornalista, foi alçado à presidente do PSL em Ribeirão meses antes do prazo final para registro das candidaturas. Com apoio da direção estadual da legenda, ele ocupou o lugar de Rodrigo Junqueira, que era pré-candidato a prefeito e acabou sendo barrado pelo partido.
Depois da mudança de comando no partido, ele foi o principal articulador do apoio do partido à candidatura de Cris Bezerra (MDB), barrando Junqueira. Candidato a vereador pela primeira vez, o atual presidente do PSL recebeu a segunda maior verba do fundo eleitoral entre todos os candidatos de Ribeirão Preto. A campanha dele conta com R$ 50,3 mil repassados pelo partido.
Outro lado
Procurado, o político informou que os gastos seguem a lei eleitoral e culpou Rodrigo Junqueira pelo levantamento da informação. “Todos os meus gastos em campanha obedecem aos critérios legais, por essa razão que tudo está devidamente documentado e apresentado a Justiça Eleitoral. Lamentavelmente alguém que não tem ocupação, não tem o que fazer e certamente já se frustrou com a eleição municipal fica procurando “pelo em ovo!!”, disse o jornalista.
O advogado Gustavo Bugalho, especialista em direito eleitoral, acredita, entretanto, que a conduta do candidato pode ser contestada. “Existe uma linha tênue entre o que é legal e o que é legítimo. De fato, embora a legislação eleitoral não vede tal conduta, ela pode ser questionável do ponto de vista moral e tais condutas realizadas por candidatos acendem uma luz até mesmo ao eleitor na hora de escolher seus representantes”.
A reportagem não conseguiu contato com Rodrigo Junqueira. Assim que isso ocorrer, o texto será atualizado.