A Câmara de Ribeirão Preto realiza a primeira audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Semáforos nesta quarta-feira (01), a partir das 16 horas.
O primeiro convocado é Marcelo Galli, superintendente da RPMobi. A sua participação acontece para esclarecimentos sobre o contrato e a execução do Sistema Inteligente de Transporte (ITS) no município.
A CPI é composta pelos vereadores Isaac Antunes (PL), presidente, Daniel Gobbi (Progressistas), relator, e Jean Corauci (PSD), vice-presidente.
A audiência será realizada na Sala de Comissões da Câmara Municipal e é aberta à imprensa e ao público, com transmissão pelos canais oficiais do Legislativo. A Casa está localizada na Avenida Jerônimo Gonçalves, 1200.
Tirou da reta
Ao jornalismo do TH+ Portal, a RPMobi confirmou a presença de Galli na CPI e, sobre as alegações questionadas, a empresa que administra o tráfego de Ribeirão Preto, por meio de sua assessoria, alegou “responsabilidade exclusiva do Poder Executivo Municipal, à época da gestão anterior”.
Ainda conforme a posição enviada ao jornalismo do TH+ Portal, a RP Mobi afirmou estar à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários. Confira a nota na íntegra:
“A RP Mobi informa que o superintendente Marcelo Galli confirma presença na referida Comissão e está à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários.
A empresa reforça que a contratação do Sistema Inteligente de Transporte (ITS) foi de responsabilidade exclusiva do Poder Executivo Municipal, à época da gestão anterior, cabendo à RP Mobi apenas a operação técnica do sistema”.
*Nota enviada em 23 de setembro.
Em resposta ao esquivo, o ex-prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSD), afirmou ao jornalismo do TH+ Portal aguardar “com serenidade” o relatório final da CPI, além de destacar a falta de apontamento pelo Tribunal de Contas do Estado a respeito do contrato tratado. Leia a posição na íntegra:
“O objeto da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é verificar eventuais atrasos no cumprimento contratual, bem como avaliar o atendimento aos objetos previstos nos aditamentos realizados. Ressaltamos que se trata de prerrogativa legítima do Poder Legislativo.
Aguardaremos com serenidade o relatório final da CPI e seus eventuais apontamentos, certos de que a transparência e o diálogo são fundamentais para o fortalecimento das instituições e para o interesse público. O contrato passou pelas contas do Tribunal de Contas do Estado sem nenhum apontamento”.
*Nota enviada em 23 de setembro
Sobre a CPI dos Semáforos
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), criada a partir de um requerimento do vereador Isaac Antunes (PL), investiga possíveis irregularidades na implantação do Sistema Inteligente de Transporte (ITS).
Além da convocação de Galli, a CPI também solicitou documentos oficiais ao Consórcio ITS, nesta segunda-feira (29). Documentos como cópia integral do contrato e dos termos aditivos/rerratificações; cronogramas de execução e relatórios de avanço físico-financeiro; notas fiscais e comprovantes de pagamento e relatórios técnicos sobre a instalação dos equipamentos foram solicitados.
O objetivo da investigação é apurar os atrasos, descumprimento de prazos e mudanças contratuais no projeto, que previa a instalação de 90 cruzamentos inteligentes e cerca de 30 controladores semafóricos até maio de 2025, ao custo inicial de R$ 19,49 milhões.
Até o momento, já foram pagos ao Consórcio ITS – Ribeirão Preto — formado pelas empresas Sigma Engenharia, Kapsch TrafficCom e Sitran Sinalização de Trânsito — um total de R$ 15.664.093,55, referente a desembolsos realizados entre 2023 e agosto de 2025.
O contrato, assinado em novembro de 2022, teve dois termos de rerratificação: o primeiro, em outubro de 2023, para ajustes diante de atrasos na entrega de equipamentos; e o segundo, em outubro de 2024, poucas semanas antes da abertura da segunda fase do projeto (ITS-2), sem que os problemas da etapa inicial tivessem sido solucionados.
Além disso, o contrato já extrapolou em quatro meses o prazo previsto de execução, sem que as entregas estejam concluídas conforme estabelecido no termo de referência e no cronograma físico-financeiro.
A CPI terá prazo inicial de 90 dias, prorrogável por igual período, e contará com poderes para requisitar documentos, ouvir testemunhas e realizar diligências, conforme prevê a Constituição Federal e o Regimento Interno da Câmara Municipal.



