O câncer de pulmão é o segundo mais recorrente no Brasil – ficando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. No triênio, 2020-2022, serão mais de 30 mil novos casos da neoplasia, sendo mais de 17 mil em homens e, cerca de 85% dos casos diagnosticados estão associados ao uso do tabaco – ativamente ou de modo passivo.
Por outro lado, o número de brasileiros que mantém o hábito de fumar, caiu 38% em 13 anos, de acordo com dados apontados pelo Vigitel/2019. Em Ribeirão Preto, a estimativa feita pela Secretaria da Saúde baseada neste levantamento aponta que os fumantes – acima de 18 anos – são cerca de 49.839,76 mil pessoas. O número representa 9,8% considerando a estimativa populacional de 2018.
“Apesar da queda no número de tabagistas no Brasil, estamos vivendo uma situação atípica que é a restrição de circulação e o isolamento social causados pela pandemia. Segundo estudo recente da Fiocruz, 34% dos fumantes declararam que estão consumindo mais cigarros durante o dia. Isso se dá por vários fatores entre eles o aumento de incidência dos transtornos ansiosos-depressivos”, explica Carlos Fruet, oncologista do InORP Oncoclínicas.
Ainda segundo levantamento da Secretaria de Saúde de Ribeirão Preto, o câncer de pulmão está entre os que mais levam ao óbito e estudos indicam que 70% está associado ao hábito de fumar.
Mas, além do câncer de pulmão, o médico Carlos Fruet alerta que outras neoplasias também têm no cigarro um fator de risco relevante como câncer de bexiga, de pâncreas, esôfago, estômago, tumores de cabeça e pescoço, entre outros.
Prevenção e coronavírus
A melhor maneira de prevenir o câncer de pulmão e outras doenças relacionadas, é não fumar. O INCA reforça que os benefícios ao deixar de consumir o tabaco são imediatos: os pulmões dos fumantes já passam a funcionar melhor após 12 a 24 horas sem o uso.
“Além disso, os fumantes têm maior risco de infecções virais uma vez que o tabaco causa diferentes tipos de inflação nos mecanismos de defesa do corpo e do próprio pulmão. Com a pandemia do novo coronavírus, os fumantes, ao contrair o vírus, podem ter complicações devido à falta de capacidade pulmonar. Lembrar também que as mãos mal higienizadas, em contato com o cigarro, podem aumentar o risco de contágio dos vírus”, acrescenta Fruet.
Sintomas e tratamento
Os principais sintomas de alerta ao câncer de pulmão são ligados ao aparelho respiratório como tosse persistente – podendo ou não ser com sangue -, dor no peito, rouquidão, falta de ar persistente e cansaço, pneumonia recorrente, perda de peso e de apetite.
Assim como em outras neoplasias, se descoberto precocemente as chances de cura são mais elevadas. O tratamento é individualizado e multidisciplinar, podendo envolver cirurgia, quimioterapia, radioterapia, terapias alvo moleculares e imunoterapia.
“Em caso de qualquer um desses sintomas é importante procurar um médico especialista para que seja feita uma avaliação cuidadosa a fim de realizar o diagnóstico o mais rápido possível e, consequentemente, aumentar a chance de sucesso do tratamento”, comenta o médico.