Professor da USP é o primeiro brasileiro a ganhar o prêmio Jeremy Knowles da Sociedade Real de Química

Com sede no Reino Unido, o prêmio é concedido a pesquisadores com estudos de impacto e colaborações bem-sucedidas para a pesquisa, ensino e indústria química

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Foto: Divulgação / Jeremy Knowles Award

O professor Norberto Peporine Lopes, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP, é o primeiro brasileiro a ganhar o prêmio Jeremy Knowles da Sociedade Real de Química (Royal Society of Chemistry), com sede no Reino Unido.

Segundo a organização, os prêmios são concedidos em reconhecimento à originalidade e impacto da pesquisa ou pela contribuição de cada vencedor para a indústria de ciências químicas ou educação. Eles também reconhecem “a importância do trabalho em equipe no setor químico, nas ciências, bem como a capacidade dos indivíduos de desenvolver colaborações bem-sucedidas”.

Atuando nas áreas da química de produtos naturais e espectrometria de massas, técnica que permite a análise de um grande número de substâncias químicas em uma única sessão, o professor é titular do departamento de Física e Química. Foi presidente da Sociedade Brasileira de Química, tem mais de 400 artigos completos publicados em periódicos científicos, 12 capítulos de livros e 35 artigos em anais de congressos. Orientou 21 mestres, 16 doutorados e 33 pós-doutorandos.

Norberto Peporine Lopes, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP – Foto: Divulgação / FCFRP

Ao receber a notícia, disse que lembrou da indicação feita pelas colegas Rebecca Goss e Patrick Steel para a Sociedade Real de Química e que nunca imaginou ter alguma chance de receber tal honra. “Não tenho palavras para agradecer à Sociedade por me proporcionar tanta alegria. Depois de alguns minutos, meu próximo passo foi ligar imediatamente para minha família, que me apoia incondicionalmente”.

Segundo Helen Pain, diretora executiva da Sociedade Real de Química, vivemos uma era de enormes desafios globais, com a necessidade da ciência ser reconhecida agora mais do que nunca, por isso é importante reconhecer os que estão nos bastidores, fazendo contribuições significativas para melhorar o mundo em que vivemos. “A comunidade global de ciências químicas é aquela que abrange muitas especialidades diferentes, da saúde e mudanças climáticas ao desenvolvimento de produtos, transporte sustentável e tudo no meio. Ao reconhecer o trabalho do professor Lopes, também estamos reconhecendo a importante contribuição que essa incrível rede de cientistas faz para melhorar nossas vidas todo dia.”
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Sociedade Real de Química

Fundada em 1841 e sediada em Londres, no  Reino Unido, a Sociedade Real de Química possui mais de 50 mil associados e dá apoio e recursos necessário para os cientistas trabalharem no avanço vital no conhecimento químico. Desenvolvem, reconhecem e celebram as capacidades profissionais, e reúnem pessoas para gerar novas ideias, novas parcerias e para inspirar futuras gerações de cientistas. Dos que ganharam o prêmio anual da Sociedade, uma lista de 50 também ganhou o Nobel de Química por trabalho pioneiro, incluindo os de 2016 Jean-Pierre Sauvage, Fraser Stoddart e Ben Feringa.

Jeremy Randall Knowles, que dá nome ao prêmio, nasceu na Inglaterra em 1935; foi oficial piloto da Força Aérea Real e graduou-se pela Universidade de Oxford, onde tornou-se professor e pesquisador. Mais tarde, foi professor visitante na Universidade de Yale, EUA, até chegar a professor de química na Universidade de Harvard, também nos EUA, onde atuou como reitor da Faculdade de Artes e Ciências de 1991 a 2002. Knowles ingressou em Harvard em 1974, recebeu muitos prêmios por sua pesquisa e permaneceu em Harvard até sua morte em 2008. Pesquisava os limites da química e da bioquímica, especificamente catálise enzimática e evolução da função enzimática.

Texto: Jornal da USP