Um Projeto de Lei assinado pelo vereador Danilo Scochi (MDB) propõe a realização de cursos gratuitos de defesa pessoal para mulheres, visando a prevenção à violência doméstica e a promoção da integridade física feminina.
Apresentado em 10 de julho, o Projeto N°309/2025 ofertará aulas teóricas e práticas de técnicas das seguintes artes marciais:
I – Kung Fu;
II – Karatê;
III – Jiu-Jitsu
IV – Capoeira;
V – Boxe;
VI – Muay thai;
VII – Kickboxing;
VIII – Krav Maga.
Para cada aula, o documento prevê parcerias com órgãos públicos, instituições de ensino, entidades da sociedade civil, profissionais de artes marciais e demais interessados que se disponham a colaborar com a iniciativa.
O projeto terá como público-alvo prioritário mulheres residentes no município, com idade igual ou superior a 14 anos, podendo ser estendido a outras faixas etárias com condições físicas para participar das aulas.
Ainda conforme definido no texto, as ações do projeto poderão ser executadas em espaços públicos, como centros comunitários, escolas, unidades de saúde, centros de referência da mulher e ginásios esportivos municipais.
Se aprovada pelo legislativo for a ordem, a Prefeitura de Ribeirão Preto deverá definir a forma de inscrição, cronograma, locais de realização e demais normas para a execução do projeto. Não há data para votação da pauta, entretanto.
“Infelizmente, os índices de violência contra a mulher seguem alarmantes em todo o país, atingindo também nosso município. Diante dessa realidade, torna-se urgente a adoção de políticas públicas que empoderem as mulheres, oferecendo-lhes ferramentas práticas de autoproteção e fortalecimento da autoestima”, justifica o vereador Scochi.
Estupro nos quatro cantos
139 crimes de estupro foram registrados em Ribeirão Preto, durante os 366 dias de 2024. Os números levantados pelo TH+ Portal são do Painel da Violência no município, e correspondem a 10,27% dos sinistros registrados no período de recorte.
Do total de registros, 32 ocorreram na zona Norte de Ribeirão Preto, sendo esta a região da cidade com maior índice de ocorrências. As zonas Leste e Oeste registram 30 episódios cada, enquanto a região Sul foi cenário em 25 sinistros. A localização foi ignorada em 13 casos.
As principais vítimas, ainda conforme comunicado pela plataforma, são mulheres de 10 a 19 anos. Foram 38 casos, sendo a vítima do sexo feminino em 97,37% dos registros.
Em crianças até quatro anos, foram 26 registros – 80,77% dos crimes ocorreram contra mulheres. Nos infantes entre 5 e 9 anos, foram registrados 15 sinistros – 86,57% das vítimas foram mulheres.
40,29% dos crimes ocorreram em residências da cidade, e o uso do álcool foi relacionado a 24,46% dos episódios.
Nos dados gerais sobre a violência no período de recorte, o sexo feminno foi vítima em 73,17% dos sinistros registrados.
Em 19,6% dos episódios, a vítima estava casada ou vivia em condição de união consensual.
106 meninas de até quatro anos foram agredidas no último ano – destas, foram 26 estupros registrados.
Saiba como denunciar
Abaixo, confira os principais canais para que seja denunciada a violência contra mulher no Estado de São Paulo:
Polícia Militar (emergências) – Ligue 190
Utilize este número se a violência estiver acontecendo no momento ou houver risco iminente.
Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180
Atendimento nacional, 24h, para orientações, informações e registro de denúncias. Pode ser feito por telefone 180, WhatsApp (61) 9610-0180 ou e-mail [email protected]. Denúncias encaminhadas para órgãos competentes de sua localidade.
Delegacias de Defesa da Mulher (DDM)
São 141 DDMs físicas no estado, das quais 18 – incluindo uma unidade em Ribeirão Preto, na Av. Costábile Romano – funcionam 24 horas. Veja o endereço mais próximo ou busque atendimento em delegacias convencionais, especialmente fora do horário comercial. Também é possível registrar ocorrências online.
Delegacia Eletrônica de Polícia Civil de SP
Permite o registro de Boletim de Ocorrência (BO) de violência doméstica e familiar sem sair de casa, pela internet.
Basta acessar a Delegacia Eletrônica, selecionar “Comunicar Ocorrência” e escolher a opção adequada (“Violência Doméstica Contra Mulher”). No “Histórico”, pode-se solicitar medidas protetivas.
Aplicativo SP Mulher Segura
App oficial do Governo do Estado de São Paulo unifica serviços para vítimas. Permite solicitar ajuda, registrar BO, pedir medidas protetivas e acionar o botão do pânico se já houver medida judicial. Disponível para Android e iOS.
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