O bebê Enzo de apenas 20 dias de vida chegou à porta da UPA Norte às 9h da última quarta-feira (06) onde passou o dia inteiro e a noite. À 1h30, com frio e cansada, a mãe do recém-nascido, Vitória Alves, decidiu pedir socorro a uma prima que mora próximo ao local.
“Toda hora ficavam pedindo para a mãe ficar do lado de fora por causa das pessoas que não param de chegar para fazer o teste de Covid-19. Disseram que ela tinha que esperar a vaga e era obrigatório que ela ficasse aqui, no calor, no frio, trocando a criança aqui mesmo… Já era madrugada quando ela foi lá pra casa”, disse Graziela Machado, prima de Vitória.
O sofrimento da família começou quando Vitória percebeu que o filho vomitava todo o leite que ingeria. Às 7h30, desesperada, ela procurou atendimento médico na UBS Quintino I, onde passou pela pediatra.
Suspeitando de hipertrofia no estômago, a médica imediatamente encaminhou a família para a UPA Norte, solicitando uma vaga para internação. A doença é um bloqueio da passagem que leva para fora do estômago devido a um problema no músculo da junção entre o órgão e os intestinos.
“Mediram a glicemia de manhã e estava baixa, porque ele não estava segurando no estômago. Fizemos revezamento e tivemos que brigar até para ir ao banheiro. Além disso, quando troca de plantão, ninguém sabe de nada. É um descaso total”, reclamou Luis Donizete de Mendonça, padrinho de Vitória.
Depois de muita reclamação da família e questionamentos do Grupo Thathi, Enzo conseguiu no início da tarde de hoje uma vaga no Hospital Santa Lídia.
No entanto, após tantos dias perdendo peso e com problemas para se alimentar, a família segue temendo pela vida do recém-nascido. “Se for comprovado que ele está com essa doença e que é caso para cirurgia, como ele vai passar por isso?”, lamenta Graziela.
Fernanda Bufoni