Reunião Pública sobre escolas cívico-militares vira tumulto e professor acaba retirado do plenário

“Foi um encontro acalorado, mas produtivo”, disse o vereador Isaac Antunes (PL), autor da convocação

Momento em que o professor foi retirado do plenário | Foto: Rede social

Na noite desta segunda-feira (24), o plenário da Câmara de Ribeirão Preto recebeu uma Reunião Pública para discutir a implantação das escolas cívico-militares na cidade. O evento contou com a participação da comunidade política, professores e simpatizantes.

Durante o debate, o professor e diretor da APEOESP (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), Fábio Sardinha, precisou ser retirado do plenário por agentes da Polícia Metropolitana após desentendimento envolvendo o titular e manifestantes divergentes.

O professor teria acessado o ambiente reservado aos simpatizantes favoráveis à implantação do modelo de ensino para gravar vídeos e distribuir panfletos contrários ao tema proposto em debate.

Neste momento, foi retirado pelos agentes competentes, mas logo retornou ao ambiente de democracia.

“Tentaram me impedir de entregar nosso material informativo, cercado por defensores do modelo militar, sofremos ameaças de agressões físicas e intimidações para tentar nos calar. Essa truculência não pode ser tolerada. Não vamos nos calar diante das ameaças, injúrias e difamações”, disse Sardinha em uma publicação nas redes sociais.

O vereador Isaac Antunes (PL), presidente da Câmara e autor da convocação da reunião, descreveu o encontro como acalorado e destacou o compromisso com a amplitude da discussão.

“Foi um encontro acalorado, mas produtivo, com discussões e informações relevantes. Nosso compromisso é garantir um debate amplo e democrático sobre a proposta, que está em evidência no país e deve ser levada em consideração na nossa cidade, que já tem mais de quarenta mil assinaturas favoráveis”, afirmou.

Participaram também – e puderam fazer uso da palavra – os vereadores André Rodini (Novo), Diácono Ramos (União), Duda Hidalgo (PT), Judeti Zilli (PT), Junin Dêdê (PL), Lincoln Fernandes (PL) e Perla Muller (PT); além do público em geral, que teve – com inscrição prévia – um microfone à disposição para explanação de dois minutos.

A iniciativa faz parte do projeto de implementação do modelo cívico-militar na Escola Estadual Doutor Guimarães Júnior, que já passa por uma consulta pública entre os dias 17 e 31 de março. O objetivo da reunião foi ampliar o diálogo com pais, alunos e sociedade civil em geral, garantindo que a decisão sobre a adoção do modelo seja embasada na opinião da comunidade escolar.

O encontro também ocorreu em sintonia com a Lei Complementar n° 1.398, de maio de 2024, que institui o programa de escolas cívico-militares no estado de São Paulo.

Na íntegra, confira a nota da presidência da Câmara Municipal a respeito do tumulto:

“A Presidência da Câmara Municipal de Ribeirão Preto vem a público esclarecer os fatos ocorridos ontem, quando o senhor Fábio Henrique Granados Sardinha, ligado a movimentos de esquerda e militante da APEOESP, provocou um tumulto nas dependências do plenário, durante a reunião pública promovida com o intuito democrático de ouvir a população, quanto à implantação do modelo cívico-militar nas escolas da cidade.

Por medida de segurança, a pedido da Presidência, a Polícia Metropolitana dividiu o plenário entre favoráveis e contrários à proposta.

O senhor Fábio Sardinha furou o cordão de isolamento e com panfletos provocou as pessoas que estavam no lado oposto. Foi pedido a ele que se retirasse. Como não o fez, a Polícia Metropolitana foi chamada.

Com truculência, o senhor Sardinha ofendeu os policiais e, num ato de violência, desferiu dois socos contra um dos agentes. A Polícia Metropolitana, inclusive, deverá registrar queixa contra o agressor ainda na manhã de hoje.

Sardinha foi levado para fora do plenário e orientado se acalmar. Ele retornou ao local e seguiu ofendendo as pessoas, incluindo os vereadores favoráveis ao modelo cívico-militar.

Em nenhum momento ele pensou no debate, apenas em fazer política, utilizando-se de uma reunião democrática para palanque.

A Câmara Municipal estuda medidas judiciais a serem tomadas contra ele, uma vez que a conduta por ele exercida foi descabida, agressiva e desrespeitosa”.

O assunto volta a ser debatido em 9 de abril, às 18 horas. Uma Audiência Pública foi solicitada pela vereadora Duda Hidalgo (PT), e o evento está previsto para acontecer no plenário da Câmara Municipal de Ribeirão Preto.

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