Mobilização pelas minorias acontece no dia 7 de setembro

Neste domingo, dia em que se comemora os 203 anos da independência brasileira do domínio português, um grito bem diferente vai ecoar pelas ruas de muitos municípios em todo o país. Em sua 31ª edição, o movimento “Grito dos Excluídos e Excluídas” pretende realizar atos, debates e mobilizações para dar voz às pautas e lutas dos trabalhadores e minorias com uma ressignificação da data.
“Quando se fala em minoria social, logo vem à mente uma minoria quantitativa. Nós devemos sempre lembrar que, na verdade, trata-se de uma minoria em direitos sociais”, adverte Rafael Ferrari, membro da comissão organizadora do “Grito dos Excluídos e Excluídas” em Ribeirão Preto. Ferrari explica quem são essas minorias: “A comunidade LGBTQIAPN+ sofre diversas represálias desde a ascensão da extrema-direita, com leis criadas por esses parlamentares. Falamos também sobre as pessoas em situação de rua, os níveis de feminicídio e de violência contra as mulheres. Ou seja, não é um movimento quantitativo, mas uma minoria que teve seus direitos negados”.
O movimento surgiu no começo dos anos 1990, após um encontro da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil// A edição deste ano tem como lema: “Cuidar da casa comum e da democracia é luta de todo dia”. De acordo com a organização nacional, o tema central está conectado com o contexto global de crises climáticas e sociais, além de reforçar a defesa da democracia e a importância do cuidado com o meio ambiente.
Além disso, este ano o “Grito dos Excluídos e Excluídas” vai às ruas em defesa do plebiscito popular sobre a redução da jornada de trabalho, o fim da escala 6×1 e o imposto para os chamados super-ricos. Pretende ser também um contraponto popular ao desfile cívico-militar do dia da independência. “A independência do Brasil em 1822 não trouxe a verdadeira emancipação para o povo. Não tocou nos verdadeiros problemas do país naquela época: ser uma colônia de expropriação e escravização”, explica Ferrari. Como um dos organizadores do movimento em Ribeirão Preto, Ferrari sentencia: “Agora, esse povo que sempre foi silenciado não vai mais falar para ser escutado. Vai às ruas para gritar”.
7 de setembo, dia do “Grito dos Excluídos e Excluídas”
Serviço:
8h30 – concentração na praça Coração de Maria, em frente ao Santuário Nossa Senhora do Rosário, na rua Martinico Prado, 599 – Vila Tibério
9h00 – Caminhada até o Lar Santana (rebatizado de Memorial da Resistência Madre Maurina Borges), na rua Conselheiro Dantas 964, Vila Tibério
10h00 – Celebração eucarística com a presença do arcebispo de Ribeirão Preto, Dom Moacir Silva
Realização de lanche comunitário onde as pessoas estão convidadas a levar algum tipo de prato, lanches, salgados ou refrigerantes.
Valmir Bononi – jornalista



