Boletim Epidemiológico divulgado nesta segunda-feira (17) pela Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal da Saúde apontou queda de 94,87% nos casos de dengue em Ribeirão Preto. São dois registros em novembro deste ano, contra 39 em novembro de 2017.
No entanto, na comparação entre janeiro e novembro dos dois anos, o dado é de aumento. Em 2017, são 220 casos no período. Já em 2018, 229, o que mostra diferença de 4,09% a mais.
Segundo o secretário municipal da Saúde, Sandro Scarpelini, os números registrados indicam o controle sobre a doença na cidade, mas a população não deve descuidar. Levando-se em consideração a epidemia que assolou Ribeirão Preto no início de 2016, é preciso ter consciência sobre os cuidados a serem tomados.
“O Poder Público mantém as intervenções contra o mosquito Aedes aegypti, mas a conscientização e participação da população na eliminação de criadouros do mosquito, aliada ao trabalho que foi reforçado com limpeza, orientações e palestras para bloquear o avanço das doenças que ele transmite, é fundamental”, disse o secretário.
Chuvas frequentes, atenção redobrada
Nesta época do ano em que as chuvas são mais frequentes e facilitam a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e outras doenças, a Secretaria da Saúde de Ribeirão Preto pede a conscientização da população para que faça a vistoria e eliminação de focos de água parada em suas residências semanalmente. Em 2016, a dengue acometeu mais de 35 mil pessoas na cidade.
A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde e Planejamento da Secretaria Municipal da Saúde, Luzia Marcia Romanholi Passos, explica que na época de chuvas o ambiente fica favorável para o mosquito procriar com muito mais facilidade.
“A oferta de água que temos nesta época do ano, aliada à alta temperatura da cidade, tornam o ambiente perfeito para o mosquito, o que favorece o aumento do ciclo de proliferação dele, que antes era de 15 dias e passa para cinco dias. Portanto, a população precisa se conscientizar ainda mais e ajudar no combate. Todos os recipientes potenciais, como uma simples tampinha de garrafa cheia de água e outros objetos que podem acumular água parada, têm de ser eliminados”.
A diretora explica, ainda, os locais onde água parada se acumula nas casas e precisam de maior atenção, como pratos de vasos de plantas, ralos e calhas entupidas, e pede atenção redobrada.
“Produtos como sal, detergente ou sabão em pó depositados semanalmente nesses locais onde a água fica parada, e a percepção é mais difícil, matam as larvas. Atitudes simples que evitam a proliferação do mosquito”, orienta Luzia Marcia.
A profissional em saúde explica que o controle deve ser feito pelo menos uma vez por semana.
“O mosquito tem hábitos domiciliares, isto é, ele gosta de ficar dentro das casas, então, é preciso que todos compreendam que não é apontando e eliminando as possas d’água pelas ruas da cidade que nós iremos combater a dengue. É cada morador de Ribeirão Preto verificando a sua residência e eliminando água parada, atitudes simples que fazem a diferença”.
Para o desenvolvimento das ações contínuas de combate ao mosquito Aedes Aegypti, o Departamento de Vigilância em Saúde conta com equipes especializadas no combate a endemias que atuam em toda a cidade, durante todo o ano, desenvolvendo o trabalho de identificação de criadouros, eliminação e conscientização da população, fundamentais para manter a doença sob controle.
Para compreender as situações de risco que cada caso suspeito ou positivo de dengue / zika vírus / febre chikungunya notificados representam, são realizadas reuniões quinzenais de estudos entre os técnicos das Divisões de Vigilância Ambiental em Saúde, Vigilância Epidemiológica e Vigilância Sanitária, no sentido de promover ações articuladas, propiciando um adequado enfrentamento do problema, identificando os setores prioritários para implementação das ações relativas ao combate do Aedes aegypti.
Também são realizadas, mensalmente, reuniões com representantes da Sucen-regional, Grupo de Vigilância Epidemiológica estadual, representantes da Secretaria da Infraestrutura e da Coordenadoria de Limpeza Urbana com o objetivo de discussão técnica e intersetorial das ações de controle.
Através da notificação de casos suspeitos e do estudo e classificação das áreas de risco do município, são desenvolvidas as seguintes ações no combate ao aedes aegypti:
Intensificação de controle de criadouros casa a casa
Vistoria aos imóveis de uma determinada área para desenvolver ações de controle de criadouros. Esta atividade é dirigida a todos os imóveis da área urbana e dos aglomerados rurais, sendo excluídos apenas os Pontos Estratégicos. Os agentes devem orientar os moradores sobre as medidas preventivas de controle do vetor, motivar o responsável para acompanhá-lo, orientar e promover medidas de controle mecânico dos criadouros, bem como a utilização de larvicidas preconizados.
Vistorias em pontos estratégicos quinzenalmente
Imóveis que apresentam grande quantidade de recipientes em condições favoráveis à proliferação do aedes aegypti (depósitos de pneus usados e de ferro velho, oficinas de desmanche de veículos, borracharias, cemitérios e outros) ou imóveis que geralmente apresentam pequena quantidade de recipientes, porém, em função de sua atividade ligada ao transporte de mercadorias e passageiros, são de grande importância na dispersão passiva do vetor, principalmente na sua fase adulta (transportadoras, estações rodoviárias e ferroviárias, aeroportos). Nesses imóveis são realizadas pesquisas larvárias e ações de controle mecânico, e tratamento focal (tratamento interno dos recipientes não removíveis e/ou não alteráveis de posição e/ou de estrutura) com larvicida.
Realização de bloqueio de controle de criadouros/nebulização
Bloqueio de Controle de Criadouros: Consiste na visita para vistoria completa do imóvel (intra e peridomicílio) e no controle de todos os criadouros encontrados, em cada imóvel trabalhado, na área pré-definida conforme norma técnica, em função da notificação de caso suspeito ou confirmado de dengue, sendo adotadas medidas de controle mecânico, de execução possível durante a visita; tratamento focal com aplicação de larvicida em todos os recipientes que não puderam ser protegidos por medidas de controle mecânico. Deve ser realizado concomitantemente ao bloqueio de nebulização, que consiste na aplicação de inseticida de casa em casa com nebulizador portátil, a ultra baixo volume-UBV,
Vistorias em imóveis especiais bimestralmente: Imóveis com edificações não residenciais de grande porte (comerciais, industriais e públicas). As ações desenvolvidas nesta atividade consistem em vistoriar o imóvel, orientar o responsável e com este realizar medidas simples de controle mecânico. Registrar em impresso próprio entregue ao responsável outras irregularidades a serem corrigidas. É realizado também o tratamento focal com o larvicida. Em medida emergencial há possibilidade de ser utilizada a nebulização.
Atendimento de notificações espontâneas realizadas por munícipes
Atendimento de solicitações feitas por munícipes para visita em imóveis com aparecimento de aedes aegypti. Nessa atividade é realizada orientação ao morador, controle mecânico, controle focal e, emergencialmente, nebulização.
Área de informação, educação e comunicação (iec)
– Treinamentos, exposições, palestras educativas em unidades de ensino, empresas privadas, unidades de saúde, igrejas etc;
– Mutirões de retirada de criadouros em conjunto com associações de bairros;
– Mutirões de educação em parceria com instituições escolares, dentre outros.
Chikungunya, zika vírus, microcefalia, febre amarela e gripe
Já para a chikungunya não houve nenhum caso confirmado em novembro deste ano. No mesmo período do ano passado, foram confirmados dois casos da doença na cidade.
Foram notificados e investigados dois casos de zika vírus em novembro de 2018. Em novembro de 2017, foram notificados e investigados oito casos da doença, mas nenhum confirmado.
Casos de microcefalia ou outras alterações neurológicas possivelmente relacionadas à infecção pelo zika vírus não foram relatados em novembro de 2018. No mesmo período do ano passado, também não foi confirmado nenhum caso da doença.
De acordo com o levantamento, não foi registrado nenhum caso de febre amarela no mês de novembro de 2018. Em novembro do ano passado, também não houve registro da doença.
Com relação à Síndrome Respiratória Aguda Grave (gripe causada pelo vírus Influenza H1N1), não foi confirmado nenhum caso da doença em novembro deste ano, em Ribeirão Preto.