Após a convocação de Marcelo Galli na CPI dos Semáforos, a RP Mobi, empresa que administra o tráfego de Ribeirão Preto, confirmou a presença do superintendente na Comissão e alegou “responsabilidade exclusiva” da gestão Duarte Nogueira (PSD) na contratação do Sistema Inteligente de Transporte.
Ainda conforme a posição enviada ao jornalismo do TH+ Portal, a RP Mobi afirma estar à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários. Confira a nota na íntegra:
“A RP Mobi informa que o superintendente Marcelo Galli confirma presença na referida Comissão e está à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários.
A empresa reforça que a contratação do Sistema Inteligente de Transporte (ITS) foi de responsabilidade exclusiva do Poder Executivo Municipal, à época da gestão anterior, cabendo à RP Mobi apenas a operação técnica do sistema”.
Nogueira responde
Indagado pelo jornalismo do TH+ Portal, o ex-prefeito Duarte Nogueira afirmou aguardar “com serenidade” o relatório final da CPI, além de destacar a falta de apontamento pelo Tribunal de Contas do Estado a respeito do contrato tratado. Leia a posição na íntegra:
“O objeto da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) é verificar eventuais atrasos no cumprimento contratual, bem como avaliar o atendimento aos objetos previstos nos aditamentos realizados. Ressaltamos que se trata de prerrogativa legítima do Poder Legislativo.
Aguardaremos com serenidade o relatório final da CPI e seus eventuais apontamentos, certos de que a transparência e o diálogo são fundamentais para o fortalecimento das instituições e para o interesse público. O contrato passou pelas contas do Tribunal de Contas do Estado sem nenhum apontamento”.
Sobre a CPI dos Semáforos
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), criada a partir de um requerimento do vereador Isaac Antunes (PL), investiga possíveis irregularidades na implantação do Sistema Inteligente de Transporte (ITS).
Marcelo Galli, que também ocupou a RP Mobi durante o último governo, foi convocado para prestar esclarecimentos na quarta-feira (01), a partir das 16 horas. Além da convocação, a CPI também solicitou documentos oficiais à RP Mobi.
A CPI é formada por Isaac Antunes (PL), que preside, Jean Corauci (PSD), escolhido como vice-presidente, e Daniel Gobbi (Progressistas), que exercerá a função de relator.
O objetivo da investigação é apurar os atrasos, descumprimento de prazos e mudanças contratuais no projeto, que previa a instalação de 90 cruzamentos inteligentes e cerca de 30 controladores semafóricos até maio de 2025, ao custo inicial de R$ 19,49 milhões.
Até o momento, já foram pagos ao Consórcio ITS – Ribeirão Preto — formado pelas empresas Sigma Engenharia, Kapsch TrafficCom e Sitran Sinalização de Trânsito — um total de R$ 15.664.093,55, referente a desembolsos realizados entre 2023 e agosto de 2025.
O contrato, assinado em novembro de 2022, teve dois termos de rerratificação: o primeiro, em outubro de 2023, para ajustes diante de atrasos na entrega de equipamentos; e o segundo, em outubro de 2024, poucas semanas antes da abertura da segunda fase do projeto (ITS-2), sem que os problemas da etapa inicial tivessem sido solucionados.
Além disso, o contrato já extrapolou em quatro meses o prazo previsto de execução, sem que as entregas estejam concluídas conforme estabelecido no termo de referência e no cronograma físico-financeiro.
A CPI terá prazo inicial de 90 dias, prorrogável por igual período, e contará com poderes para requisitar documentos, ouvir testemunhas e realizar diligências, conforme prevê a Constituição Federal e o Regimento Interno da Câmara Municipal.



