A 31ª edição da Fenasucro & Agrocana foi aberta oficialmente nesta terça-feira (12), em Sertãozinho-SP. Na cerimônia, o diretor da feira, Paulo Montabone, destacou o empenho para realizar um evento de relevância global tanto em novidades quanto em soluções.
“Este ano, a Fenasucro & Agrocana deve ser a melhor dos últimos cinco anos, consolidando o Brasil como protagonista mundial em bioenergia e biocombustíveis”, afirmou.
A presidente do CEISE Br, Rosana Amadeu, ressaltou a força da indústria de base da bioenergia. “Sem essa indústria forte e inovadora, não existiria transição energética sólida nem crescimento sustentável da bioeconomia. É ela que garante competitividade e produtividade em toda a cadeia”, disse, lembrando que o evento é vitrine para conectar fornecedores, prestadores de serviço, centros de pesquisa e mercado consumidor.
Representando o Governo Federal, o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França, destacou o papel da Fenasucro & Agrocana na promoção do etanol e da energia limpa e elogiou o aperfeiçoamento do evento nos últimos anos.
O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Guilherme Piai, que representou o governador Tarcísio de Freitas, ressaltou a importância da “revolução energética” em curso no estado e citou o projeto de expansão da rede de biometano em Presidente Prudente, que vai abastecer mais de 5 mil residências, 50 comércios e oito indústrias com combustível renovável derivado da cana.
A abertura contou ainda com a presença de lideranças como Antonio Eduardo Tonielo (presidente emérito da feira) e Jacyr Costa Filho (presidente de honra da edição), além de autoridades, empresários e profissionais da cadeia sucroenergética.
Alckmin destaca combustível do futuro
Previsto para participar da cerimônia, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, não pôde comparecer devido a compromissos em Brasília, porém fez questão de enviar uma mensagem, por vídeo, onde reafirmou o compromisso de buscar novos mercados para o “combustível do futuro”, citando China e Japão como destinos estratégicos e falou do trabalho em torno das Rotas de Combustível Sustentável de Aviação (SAF).
Alckmin também destacou os avanços no programa do Carro Sustentável, que zera o IPI para veículos compactos de alta eficiência energética e fabricados no Brasil.
Durante a solenidade, foi assinado um protocolo de intenções entre a UDOP (União Nacional da Bioenergia) e o Senai-SP para execução conjunta do Programa de Formação Profissional e Serviços de Tecnologia e Inovação, que visa qualificar mão de obra e acelerar a adoção de novas tecnologias no setor.
Conferência DATAGRO
Na 12ª Conferência DATAGRO Ceise Br Fenasucro, lideranças e especialistas destacaram o protagonismo brasileiro na agenda global da transição energética. Plinio Nastari, presidente da DATAGRO, lembrou que o Brasil chega à COP30 com um diferencial único.
“O Brasil tem a oportunidade de mostrar ao mundo o que fez nas últimas décadas, atingindo um marco extraordinário: 50% da sua oferta interna de energia é renovável. É disparado o país com a maior proporção de matriz energética limpa.”
O deputado federal Arnaldo Jardim, presidente da Comissão Especial da Transição Energética e Produção de Hidrogênio Verde e relator do Combustível do Futuro, defendeu que a bioenergia seja tratada como prioridade estratégica nacional.
“A transição energética é a bandeira que o Brasil precisa. Temos muito a mostrar ao mundo, especialmente no biometano, nos biocombustíveis e no combustível sustentável da aviação. Nossos combustíveis podem ter pegada negativa, absorvendo carbono em vez de emitir”, ressaltou.
O painel destacou a Fenasucro & Agrocana como palco de debates estratégicos que unem inovação, sustentabilidade e negócios, consolidando o país como referência mundial no setor.
Rentabilidade
No período da manhã, a programação de conteúdo foi aberta com um painel da Canaoeste sobre a importância da coletividade para aumentar a rentabilidade do setor sucroenergético.
Lideranças como José Guilherme Nogueira (ORPLANA) e Antônio Eduardo Tonielo Filho (UNICA) defenderam maior integração entre produtores e usinas. Foram debatidos desafios como custos invisíveis e impactos externos, e apresentados dados da safra passada e projeções de 594 milhões de toneladas de cana para 2025/2026. O evento também marcou a entrega dos certificados do programa CanaoesteGreen.
O evento segue até sexta-feira dia 15, com mais de 100 horas de conteúdo técnico e painéis estratégicos sobre transição energética, mobilidade de baixo carbono, biocombustíveis e energias renováveis.
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