O Conselho Estadual da Educação de São Paulo aprovou, por votação unânime, nesta quarta-feira (29), o currículo paulista do Ensino Médio. São Paulo é o primeiro estado do Brasil a construir o documento, que agora segue para homologação do secretário da Educação, Rossieli Soares.
Soares participou da reunião realizada de forma online e afirmou que se trata de um dia muito especial, em que “uma etapa foi vencida”. “É mais um passo de uma longa caminhada. São Paulo sempre foi referência quando se fala em construção curricular e vai servir de grande exemplo. Nosso bônus demográfico acaba agora, entre o final do ano de 2021 para 2022. Começamos a virar a chave e teremos menos jovens, por isso, formá-los cada vez melhor será ainda mais importante para o nosso país”, disse o secretário.
O currículo está alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do Ensino Médio, homologada pelo próprio Rossieli Soares, enquanto ocupou o cargo de ministro da Educação, em dezembro de 2018.
Transformação
Para Soares, aprovar o currículo em São Paulo significa acelerar ao máximo o sonho de transformar a escola no lugar em que o jovem gostaria de estar. “A educação é a grande transformação em qualquer época. No momento que pós-pandemia, ela terá um papel ainda mais fundamental. Precisamos aproveitar essa ligação com a sociedade que, infelizmente, veio de uma forma assim, mas não podemos perder essa janela de oportunidades”, destacou.
Os demais conselheiros também comemoraram o “momento histórico” para o estado de São Paulo. “É um orgulho imenso para nós que São Paulo seja o primeiro estado que coloca o Ensino Médio em uma norma. Estamos sendo pioneiros. A equipe da secretaria fez um trabalho muito bom, com protagonismo fortíssimo”, afirmou Hubert Alqueres, presidente do Conselho Estadual da Educação.
O processo de construção do currículo foi iniciado no ano passado com a escuta de 140 mil estudantes e 18 mil professores. Também foi debatido em seminários e por meio de consulta pública. Vinte e sete redatores escreveram o texto.
A previsão é de que o currículo seja implementado progressivamente aos alunos da 1º série do Ensino Médio em 2021. Em 2022, para os estudantes da 2º série, e consequentemente, para a 3ª série no ano de 2023.
Estrutura do currículo
O currículo do Ensino Médio paulista está estruturado em 3.150 horas, distribuídas em um período de três anos. Do montante total da carga horária, 1.800 horas são destinadas à formação básica e o restante, de 1.350 horas são referentes aos itinerários formativos. Estes itinerários terão mais do que a carga mínima prevista legislação.
Na formação geral básica, os estudantes terão os componentes curriculares divididos em áreas de conhecimento como linguagens e suas tecnologias (língua portuguesa, artes, educação física e língua estrangeira); matemática; ciências humanas e sociais aplicadas (história, geografia, filosofia e sociologia); e ciências da natureza e suas tecnologias (biologia, química e física).
Na carga horária referente aos itinerários formativos, o estudante precisa escolher uma ou duas áreas de conhecimento da formação geral para aprofundar seus estudos, ou ainda, a formação técnica e profissional para se aprofundar.
Os componentes do Inova Educação também farão parte dos itinerários formativos, com as disciplinas de eletivas, projeto de vida, e tecnologia e inovação.