Em maio de 1908, Alma de Bretteville então com 27 anos casou-se com o rico empresário Adolph Spreckles, herdeiro de uma fábrica de açúcar, 24 anos mais velho que ela. O casamento foi a realização de um sonho que Alma nutria desde os 14 anos: encontrar e casar-se com um homem maduro e rico. Esta californiana de família humilde deu então, origem ao termo Sugar Daddy – pai do açúcar. Algum tempo depois, os americanos batizaram de Sugar Baby as mulheres que, assim como Alma, tem o desejo de se relacionar com homens maduros, influentes e bem sucedidos.
Uma verdadeira Sugar Baby.
Alma soube aproveitar os privilégios adquiridos no casamento. Além dos ótimos jantares, casacos de pele e joias, viajou muito e fez questão de se aprimorar culturalmente. Em Paris foi apresentada a Auguste Rodin desenvolvendo a partir daí, uma das coleções de arte mais importantes dos Estados Unidos, por exemplo.
Quando morreu em 1968, deixou um legado admirável, fruto de sua ambição.
110 anos depois.
Hoje, o comportamento Sugar Baby e Sugar Daddy está cada vez mais comum e existem vários sites especializados no assunto.
Os termos são utilizados para designar, respectivamente, mulheres jovens em busca de experiências que envolvam homens mais velhos, ricos, dispostos a bancar presentes e viagens, entre outras coisas e homens maduros, ricos, influentes interessados na companhia de belas e jovens mulheres.
No chamado “relacionamento sugar”, quem conduz é a mulher. Segundo um dos sites que promovem os encontros entre babys e daddys, se a mulher “se portar como uma mercadoria, ela será tratada como tal. Porém, se ela se mostrar companheira, e souber conquistar a confiança do Sugar Daddy, ela poderá ter muito mais que mimos.”
Patrocínio
Nos sites a palavra patrocínio é usada diversas vezes, sugerindo assim o modelo de relacionamento que promovem.
As chamadas usam apelos do tipo “se você busca estabilidade financeira, crescimento pessoal ou profissional, e deseja fazer viagens fantásticas, o site X te apresentará um Sugar Daddy maduro, rico, experiente e generoso, que patrocinará seus sonhos.”
Hipergamia
Hipergamia é um termo usado na antropologia, para definir a proibição do casamento de mulheres com homens de condição social inferior em alguns lugares do mundo. Ampliado para a sociologia, sugere o casamento com pessoa de posição social mais elevada.
Já no “universo sugar” a hipergamia é “o termo que os cientistas sociais utilizam para se referir ao fenômeno mulheres que priorizam a riqueza ou status social na escolha de seus parceiros.”
Alguns psicólogos na linha evolucionista, afirmam que mulheres tem uma predisposição de achar que homens com condições sociais e financeiras elevadas, são mais atraentes. Isso aconteceria, pela possibilidade que estes homens tem para gerar descendentes mais prósperos, gerando uma vantagem evolutiva.
O termo ainda tem uma defesa do ponto de vista da aprendizagem social. Segundo defensores desta teoria, “s mulheres aprendem a preferir homens de status mais elevado porque se desenvolvem em uma sociedade em que experimentam poucas oportunidades de mobilidade ascendente.”
Transparência
Independente do gênero, há anos histórias de pessoas que se casam com a intensão de conseguir estabilidade financeira, fazem parte do nosso cotidiano. Histórias essas que sempre geraram severas críticas da sociedade que considera imoral – levando a um extremo do julgamento – esse tipo de relacionamento.
O que acontece no “universo sugar” é uma total transparência na relação. De um lado alguém em busca de patrocínio, de outro alguém disposto a bancar sonhos. Não podemos negar que diante disso, não há absolutamente nada de imoral ou ilegal. No máximo poderá engordar!!
A realidade instaurada de forma clara, onde dinheiro não é tratado como tabu, pode sim fazer com que os pares desenvolvam sentimentos verdadeiros, possibilitando inclusive que se apaixonem.
É a era da troca da hipocrisia pela transparência!
Meu viva aos novos tempos!!
(*) The song Sugar, honey, honey
By: The Archies – Ouça no link abaixo.