Um mês após queda de avião, Voepass afirma compromisso com familiares das vítimas e fala em processo complexo de investigação

Acidente envolvendo aeronave da empresa ribeirão-pretana matou 62 pessoas, sendo o maior do Brasil em número de mortos desde 2007

Foto: Rede social

Um mês após o acidente aéreo que resultou em 62 mortes, a Voepass divulgou uma nota à imprensa na qual afirma o compromisso da empresa ribeirão-pretana com os familiares das vítimas, reforça a adesão aos protocolos e aponta a complexidade do processo investigativo.

O acidente ocorreu na tarde de 9 de agosto. Ainda conforme indicado pela própria empresa aérea, a causa da queda só será confirmada após o relatório final do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que divulgou na última sexta-feira (6) um relatório preliminar.

Para o documento, agentes do Cenipa analisam as atividades relacionadas ao voo, o ambiente operacional e os fatores humanos. Também foram examinados componentes, equipamentos, sistemas, infraestrutura, entre outros.

Confira a nota na íntegra:

“A Voepass Linhas Aéreas reforça que está prestando todo o atendimento aos familiares das vítimas neste momento de profunda dor, para garantir que suas necessidades sejam atendidas.

O relatório preliminar divulgado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) confirma que a aeronave do voo 2283 estava com o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade (CVA) válido e com todos os sistemas requeridos em funcionamento.

Reforça também, como o relatório aponta, que ambos os pilotos estavam aptos para realizar o voo, com todas as certificações de pilotagem válidas e treinamentos atualizados.

Cabe lembrar que a investigação de um acidente aéreo é um processo complexo, que envolve múltiplos fatores e requer tempo para ser conduzida de forma adequada. Somente o relatório final do CENIPA poderá apontar, de forma conclusiva, as causas do ocorrido.

A Voepass atua em um setor altamente regulado e reforça que segue rigorosamente todos os protocolos que atestam a conformidade de toda a sua frota, seguindo os padrões mais elevados da aviação internacional.

A empresa segue à disposição das autoridades para colaborar com as investigações e continua apoiando as famílias em suas necessidades.

A Voepass Linhas Aéreas destaca ainda que a segurança de seus passageiros e tripulação sempre foi e continuará sendo sua prioridade máxima.”

Sobre a queda

O avião decolou de Cascavel (PR) e pousaria em São Paulo às 13h45. O modelo ATR 72 pertencia à Voepass Linhas Aéreas e tinha 58 passageiros e quatro tripulantes a bordo. Todos morreram.

A aeronave despencou quase 4.000 metros em dois minutos. O registro de voo do Flight Radar mostra que o avião estava a 17 mil pés de altitude às 13h20 e a 4 mil pés às 13h22, quando o sinal de GPS foi perdido pela plataforma. A aeronave caiu pouco mais de 20 minutos antes da escavação.

Passageiros podem ter sido avisados. O Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt, responsável pela identificação das vítimas, afirmou que a preservação das mãos da maioria dos passageiros mostra que eles podem ter sido alertados sobre a queda.

A Polícia Federal também investiga o caso. A PF aguarda a divulgação de dois documentos técnicos: o laudo descritivo do local da queda, com informações sobre o estado da aeronave, quantidade de vítimas, danos externos, entre outros; e o laudo de sinistro aeronáutico, semelhante ao produzido pelo Cenipa, mas para responsabilização penal.

O maior acidente desde 2007

Há 17 anos, 199 pessoas morreram em um acidente com um voo da TAM, depois que o avião se chocou com um prédio ao tentar pousar no aeroporto de Congonhas. A tragédia aconteceu no dia 17 de julho de 2007.

O Airbus A320 havia saído do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. A pista estava molhada e, devido a uma reforma, ainda estava sem grooving, que são as ranhuras que facilitam a frenagem do avião.

Por conta disso, o piloto não conseguiu fazer a manobra e o Airbus acabou atravessando a pista e batendo em um prédio de cargas da própria companhia, que hoje é a Latam. Com o impacto, o avião explodiu. Das 199 vítimas, 12 estavam em solo.

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