Desde sua refundação, em 2010, o Grêmio Novorizontino, time paulista que atualmente disputa a Série B do Campeonato Brasileiro, vive o melhor momento de sua ainda curta história. Na briga por uma vaga inédita na Série A do Campeonato Brasileiro de 2024, o clube também disputará a elite do Campeonato Paulista. Uma das apostas para a manutenção a longo prazo desse sucesso é, na visão do Tigre do Vale, como é conhecido o clube, o investimento nas categorias de base.
Uma das estratégias utilizadas pelo clube, para fortalecer sua categoria de base, são as parcerias, por isso, no último mês de agosto, a diretoria firmou convênio com a Escola de Educação Física e Esporte de Ribeirão Preto (EEFERP) da USP.
A ideia é fomentar pesquisas na modalidade esportiva mais popular do Brasil, além de um intercâmbio entre as duas partes. Na troca, o Novorizontino entra com sua estrutura, enquanto a EEFERP oferece sua expertise acadêmica e de investigação. “A EEFERP tem projetos de pesquisa relacionados ao futebol e o Grêmio Novorizontino apresenta demandas e também a oportunidade de intervenções, como produzir dados e acompanhar o processo de treinamento e desenvolvimento dos garotos e garotas da base”, diz o professor Renato Francisco Rodrigues Marques.
Já o presidente do time, Genilson da Rocha Santos, acredita em “um ganho para nossas categorias de base, porque com os resultados das pesquisas e sua aplicação correta nos trabalhos diários, a expectativa é que tenhamos um melhor aproveitamento na performance de nossos atletas e, consequentemente, melhores profissionais formados no clube”.
Santos lembra que o futebol brasileiro atual movimenta muito dinheiro, e as camadas de juniores são extremamente importantes para a sobrevivência, sobretudo, das equipes do interior, que contam com menos receita gerada a partir da torcida. “Para além do resultado esportivo, formar e vender jovens atletas é o que sustenta grande parte dos clubes no País.”
O projeto na prática
Segundo Marques, o projeto tem três pilares fundamentais, que trazem o clube para dentro do campus USP. O primeiro são as intervenções a partir da produção de dados, de análise e de investigação, a partir das pesquisas. O segundo pilar são eventos anuais na área, como o programado para o início de 2024. “O nosso propósito é divulgar algumas pesquisas que já vêm acontecendo nessa parceria e também possibilitar um intercâmbio entre os profissionais do clube, os alunos, pesquisadores e docentes da EEFERP, além do público em geral, que se interessa por temas que serão discutidos.”
Por fim, o terceiro e último pilar é aproximar a Universidade e as salas de aula dos profissionais do clube. “Possibilitar que os profissionais do clube possam frequentar os grupos de estudo na Universidade, eventualmente cursar alguma disciplina, como aluno especial, ou quem sabe até se aproximar no sentido de contribuir nas pesquisas e, eventualmente, até cursar uma pós-graduação.”
Expectativas
Embora ainda recente, a parceria é vista com grandes expectativas pelos dois lados. Por isso, no que depender do presidente do Novorizontino, mais projetos deverão ser realizados com a USP em Ribeirão Preto. “O primeiro retorno esperado pelo Novorizontino é o conhecimento científico detalhado que a Universidade pode oferecer, o que naturalmente ajudará numa melhora direta dos nossos profissionais e atletas. O grande objetivo é que essa parceria não se restrinja apenas à área da Educação Física, mas que seja estendida às demais áreas que tiverem interesse em utilizar o clube como fonte de estudo e pesquisa”, conclui Santos.
**Texto de Jornal da USP