A decisão da Prefeitura, RPMobi, de voltar atrás do modelo de corredor exclusivo de ônibus para corredores preferenciais na Avenida Dom Pedro I e de criar 70 vagas rotativas do tipo Área Azul na Praça Pedro Biagi, a pedido da ACIRP, é vista pelos comerciantes e funcionários do local como um “cuidado paliativo”.
Para eles, essas medidas são apenas paliativas e não resolvem o problema principal enfrentado na região, e o comércio está morrendo a cada dia. A medida começou no dia 1º de agosto. A Coluna constatou que as quadras em frente à Praça, duas acima e abaixo, têm 17 postos de comércio fechados.
Há dois meses, a coluna percorreu a via e verificou que cerca de 90 imóveis ao longo da avenida estão fechados, muitos deles com placas de locação e venda devido ao novo modelo de via adotado. A maioria dos estabelecimentos comerciais da avenida não possui recuo para que os clientes estacionem seus veículos, o que tem impactado diretamente no movimento e na sobrevivência dos negócios.
Um exemplo é o próprio prédio da UBS Dr. Pedro Bin, posto de saúde com farmácia localizado na avenida, que teve uma queda acentuada de atendimentos, uma vez que não há espaço para o desembarque de pacientes nem mesmo sinalização de solo para paradas rápidas.
Mesmo com as medidas tomadas pela prefeitura após o fechamento de diversos estabelecimentos comerciais na região, o problema central continua sendo a proibição de vagas de estacionamento ao longo da avenida, o que tem gerado uma descaracterização dos imóveis destinados ao comércio. Segundo fontes internas da RPMobi, sob condição de anonimato, essa situação já era prevista e muitos imóveis perderiam valor de mercado, sendo necessário um período de adaptação de pelo menos 10 anos para desconstruções e construções de novos imóveis, muitos deles se transformando em estacionamentos, a fim de se adequar ao presente modelo de corredor.
A falta de transparência por parte da prefeitura e da Câmara Municipal em relação às mudanças na avenida tem gerado insatisfação entre os moradores e comerciantes da região. A ausência de audiências públicas e a falta de conclusões por parte de comissões específicas (CEE DA AV. D. PEDRO) para debater o assunto contribuíram para a incerteza em relação ao futuro do comércio na região.
Enquanto a transformação da Avenida Dom Pedro I em um corredor comercial moderno pode levar alguns anos, é urgente encontrar soluções para o presente, como a situação dos imóveis fechados e dos empregados demitidos.
É fundamental que as autoridades e a população local estejam envolvidas nas discussões e que sejam consideradas alternativas viáveis, como a possibilidade de implementação de corredores de ônibus em outras vias da região.
“O futuro pode demorar, mas o presente não espera”. Até lá, o que resta aos comerciantes é vender lenços e velas, pois há muita gente chorando o que dizem os agentes públicos sobre a situação dos comerciantes.
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**Texto por Ângelo Lopes