Variação da cesta básica retrata a desigualdade de Ribeirão

Foto: Agência Brasil

A desigualdade em Ribeirão Preto pode ser identificada por diferentes pontos, que são evidenciados em angulações sociais, econômicas, civis e políticas. Dados recentes disponibilizados pela Acirp (Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto) retratam a contraposição a partir da variação do valor da cesta básica no município.

O Índice Mensal de Cesta Básica mostra que a tendência de alta no preço dos alimentos se mantém na cidade, ainda que em ritmo menor.

Em junho, o clima frio e seco impulsionou o preço de alimentos como banana nanica (45,97% mais cara que em maio) e batata inglesa (17,89% de alta no mês).

A mesma compra custou em média R$679,67 contra R$ 672,82 em maio e R$ 649,72 em abril. Isso representa uma inflação de 3,56% no mês passado e de 1,02% neste mês, com um acumulado de 4,58% no comparativo do bimestre (abril para junho). A região com os menores preços foi a Zona Oeste, com queda de 13,2%. A Zona Sul foi a mais cara: com 11,66% de inflação. Por lá, o preço da banana nanica subiu 163,41%.

O levantamento é feito pelo Instituto de Economia Maurílio Biagi (IEMB-Acirp), ligado ao Departamento de Relações Jurídicas e Institucionais e não tem caráter fiscalizador.

“Mesmo em queda há dois meses, a carne ainda representa 37,97% do orçamento, sendo é o que mais pesa no bolso das famílias. No segmento dos vegetais, houve também influência climática, que atrasou o cacheamento da banana e a colheita da batata inglesa, reduzindo a produção”, afirma Lucas Ribeiro, analista de economia do IEMB.

A base de cálculo foi o salário-mínimo (R$ 1.320,00), que líquido (deduzido do 7,52% de descontos da Previdência Social), cai para R$ 1.220,74. Para uma carga horária de trabalho mensal de 220 horas, os indivíduos que ganharam o mínimo em junho tiveram que trabalhar aproximadamente 122,49 horas para adquirir a referida cesta, o que representa 1,24 hora a mais do que em maio.

Produtos em destaque

Depois da carne, os grupos alimentares mais caros foram: frutas e legumes, que absorveram 27,99% do orçamento; farináceos (19,5%); laticínios (6,97%); leguminosas (4,94%); cereais (1,86%) e óleos (0,77%). A queda na cotação da saca do tomate italiano e do feijão carioca balanceou a inflação do mês. Os preços dos dois itens recuaram em 10,21% e 9,99%, respectivamente.

Índice por Regiões

A Zona Sul segue tendo a cesta mais cara do município, que saltou de R$ 702,85 mês passado para R$ 784,89 em junho (+11,66%). Na região Central, o custo passou de R$ 683,92 para R$ 710,29 (+3,86%).

Na Zona Norte, houve queda de 5,94% nos preços, baixando o valor da cesta de R$ 645,26 para R$ 606,96). Na Zona Leste, o valor subiu de R$ 666,58 em maio para R$ 685,13 em junho (+2,78%).

Os melhores preços ficaram na região Oeste, que registrou queda de R$ 672,11 para R$ 582,86 de um mês para o outro (-13,28%).

**Os dados foram coletados nos dias 14 e 15 de junho em 11 supermercados e quatro padarias da cidade.

Dados do estudo

A cesta utilizada se baseia no Decreto Lei nº 399, que regulamenta o salário-mínimo brasileiro e apresenta o tipo e a quantidade de alimentos de acordo com a região administrativa brasileira.

A lista inclui carne de alcatra (6 kg), leite longa vida (7,5 litros), feijão carioca (4,5 kg), arroz branco tipo 1 (3 kg), farinha de trigo (1,5 kg), batata inglesa (6 kg), tomate italiano (9 kg), pão francês (6 kg), café em pó (0,6 kg), banana nanica (90 unidades), óleo de soja (0,8 litro), açúcar cristal (3 kg) e margarina (0,75 kg).

Os locais de compra foram determinados com base na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2017-2018. O pão francês é o único item cotado também em padarias.

**Contém informações de Acirp.

**Colaboração de Antônio Melo 

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