Vendas do Comércio de Ribeirão Preto caem 2% em abril

Índice de Confiança também diminuiu na expectativa de curto e longo prazos; Empregabilidade teve pequena alta por conta da Agrishow e do Dia das Mães

Vendas caem 2% em Ribeirão Preto devido a obras de mobilidade e alta inflação I Foto: Guilherme Sircili

As vendas do Comércio Varejista de Ribeirão Preto apresentaram uma queda média de -2% em abril de 2024, comparado ao mesmo período do ano anterior, mantendo-se estáveis. É o que aponta o levantamento do Centro de Pesquisas do Varejo (CPV), mantido por SINCOVARP (Sindicato do Comércio Varejista) e CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas).

Segundo Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV, o impacto das obras de mobilidade foi decisivo para esse resultado. “Considerando o cenário local, observamos que, em abril, as interdições formam bastante agudas e fizeram despencar o movimento nas lojas do centro. Na região da Av. Nove de Julho/Boulevard, a paralisação e lentidão na retomada das obras continuaram impactando negativamente. Na Av. Treze de Maio, as intervenções também restringiram o fluxo de consumidores. O mesmo aconteceu na Av. Dom Pedro I, só que, por lá, a queda do movimento de clientes se deve à proibição de estacionamento na via”, diz. 

Olhando para o cenário macroeconômico, Galli destaca que a alta de 0,38%, na inflação de abril, foi um dos fatores que influenciaram no comportamento de compra dos brasileiros. “A percepção de preços mais altos já acendeu a luz amarela na cabeça dos consumidores, lembrando que muitos ainda estão pagando parcelas das tradicionais despesas de começo de ano como IPVA, material escolar e gastos de férias, entre outras. Mais um fator que explica a variação negativa nas vendas é o nível de endividamento das famílias brasileiras que, em abril, subiu 0,4% (ante março), ficando em 78,5% (CNC). O consumidor foi mais cauteloso, em abril, já sabendo que teria o presente de Dia das Mães para comprar logo no começo de maio”, analisa.

Ainda de acordo com o pesquisador, “No mês passado, a queda nas vendas do Comércio Varejista só não foi maior por causa dos dias do período de montagem e preparação da Agrishow e do Ribeirão Rodeio, que trouxeram um pouco mais de movimentação à cidade. E, ainda, porque as regiões não impactadas pelas obras de mobilidade, seguiram seu curso normal”, observa.

Empregabilidade

Em abril, o percentual de variação entre vagas abertas e fechadas, no mercado de trabalho varejista, teve pequena alta de 1% na comparação com o mês anterior. Essa retomada do emprego teve ligação direta com o reforço de equipes para o período da Agrishow 2024, que atraiu mais de 195 mil visitantes, e para as vendas de Dia das Mães.

Índice de Confiança

Considerando uma escala de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o Índice de Confiança SINCOVARP/CDL de curto prazo (sempre olhando para os três meses seguintes), em abril, ficou em 2,6 pontos (ante 3,7 pontos na pesquisa de março), considerado regular.

E o Índice de Confiança de longo prazo (olhando para os próximos 12 meses) ficou em 2,7 pontos (ante 3,5 pontos, em março), também regular.

“O nível de confiança do lojista costuma ser muito influenciado pela situação do momento, uma vez que a maioria é de micros e pequenas empresas cujo fluxo de caixa é sempre mais apertado no dia a dia. O anúncio da prorrogação das obras de mobilidade no centro, por mais 120 dias, e a lentidão da retomada das obras na Av. Nove de Julho, somados à insegurança sobre o futuro da economia e à perspectiva de uma campanha eleitoral polarizada, nesse ano, fizeram cair o otimismo dos comerciantes. A esperança é de que o Dia das Mães possa trazer um bom resultado de vendas para levantar o ânimo dos lojistas”, finaliza Diego Galli Alberto.

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