As vendas no Comércio de Ribeirão Preto tiveram redução média de 2%, em janeiro de 2025, na comparação com o mesmo período do ano passado quando foi registrado crescimento de 7,3% em relação a 2023. É o que aponta o levantamento mensal realizado por SINCOVARP (Sindicato do Comércio Varejista) e CDL RP (Câmara de Dirigentes Lojistas), por meio do CPV (Centro de Pesquisas do Varejo).
“O Setor Lojista tinha expectativa positiva para janeiro, até como um reflexo do bom resultado de dezembro de 2024, no entanto, as notícias sobre a deterioração do cenário macroeconômico impactaram diretamente nas vendas. A inflação fechou o ano acima da meta (com viés de alta para 2025), a taxa de juros voltou a subir, o crédito ficou mais caro e o poder de compra do consumidor diminuiu. As pessoas ficaram mais cautelosas de olho, também, nas tradicionais despesas de início de ano”, analisa Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV SINCOVARP/CDL RP.
Ainda segundo Galli, “Colocando fatores positivos e negativos, de janeiro, em uma balança, infelizmente os negativos pesaram um pouco mais. E o recuo das vendas só não foi maior por causa da flexibilização do funcionamento de corredores de ônibus que trouxe de volta a liberação de estacionamento rotativo, entre horários de pico, em vias comerciais importantes da cidade. A medida foi um pedido direto de SINCOVARP e CDL RP, em conjunto com entidades parceiras e empreendedores impactados. É importante lembrar que as obras de corredores de ônibus, revitalização e restauro, da Av. Nove de Julho, bem como as de galerias pluviais no centro, também continuaram a prejudicar o Comércio Varejista em janeiro de 2025, com ritmo abaixo do esperado”, observa.
Empregabilidade
O CPV apurou que, em janeiro, a média de variação entre vagas de trabalho abertas e fechadas, no Comércio Varejista de Ribeirão Preto, teve queda de 1,5%. O percentual já era esperado por conta da dispensa de colaboradores temporários contratados apenas para as vendas de fim de ano, em 2024.
Índice de Confiança
Considerando o futuro dos negócios nos próximos três meses (no curto prazo) em uma escala que vai de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o Índice de Confiança do Varejo SINCOVARP/CDL RP, em janeiro, registrou 2,1 pontos (ante 2,5 pontos na pesquisa anterior). É considerado de pessimista para regular.
Com base na mesma escala, o nível médio de confiança para o longo prazo (considerando os próximos 12 meses), em janeiro, ficou em 2,9 pontos (ante 2,7 pontos na pesquisa anterior). Considerado de regular para otimista.
“O Empreendedor Lojista já entendeu que o primeiro trimestre de 2025 está mais complicado do que o esperado, no entanto, demonstra certa expectativa de que o cenário possa melhorar com o início do calendário sazonal do Varejo e com o término das obras que tanto atrapalham os setores de Comércio e Serviços, em Ribeirão Preto”, projeta o pesquisador.
De acordo com Galli, não será um ano fácil para o Varejo, “Para controlar a pressão inflacionária – acentuada pela alta de preços dos combustíveis que já impulsiona os preços dos alimentos – o governo ainda terá de adotar medidas amargas que, com certeza, influenciarão a intenção de compra do consumidor. Está claro que é preciso corrigir o rumo, com rapidez! O sinal de alerta está ‘gritando’ já faz um bom tempo”, finaliza.