As vendas do Comércio de Ribeirão Preto tiveram queda média de 3,5%, em outubro de 2024, na comparação com o mesmo período de 2023. É o que aponta levantamento do Centro de Pesquisas do Varejo (CPV), mantido por SINCOVARP (Sindicato do Comércio Varejista) e CDL RP (Câmara de Dirigentes Lojistas).
“Tivemos um pico de vendas até 12 de outubro e depois uma queda acentuada no restante do mês, fechando com variação negativa. O Dia das Crianças chegou a aquecer as vendas mas não o suficiente para garantir resultado positivo no mês que passou”, explica Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV SINCOVARP/CDL.
Ainda segundo Galli, a cautela dos consumidores, percebida ao longo do ano, persistiu em outubro. “A maioria está priorizando o pagamento das contas, comprando itens mais necessários e com menor preço”, completa.
Empregabilidade
Em outubro de 2024, a média de variação entre vagas de emprego abertas e fechadas, no Comércio Varejista de Ribeirão Preto, teve variação negativa de 0,5% apontando para uma estabilidade. Mesmo com pequena baixa, o indicador ainda representou leve recuperação uma vez que, em setembro de 2024, registrou queda de 1%.
“Esperávamos mais, porém, não deixa de ser positivo. Essa tendência deve se manter para novembro. Apuramos que, com o desempenho de vendas mais fraco, em 2024, muitos comerciantes ribeirãopretanos estão fazendo contas e optando por segurar, ao máximo, as contratações de temporários. Por outro lado, os que estão precisando contratar enfrentam grande dificuldade para encontrar mão de obra qualificada”, analisa.
Índice de confiança SINCOVARP/CDL RP
Considerando uma escala de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o Índice de Confiança SINCOVARP/CDLRP de curto prazo (olhando para os três meses seguintes) registrou, em outubro, média de 3,3 pontos (ante 3,2 pontos da pesquisa anterior). Classificado como positivo. “Aumento sutil do otimismo que se dá pela esperança dos lojistas com vendas melhores em novembro e dezembro”, diz o pesquisador.
No índice de longo prazo (que olha para os 12 meses seguintes), também registrou média de 3,3 pontos em outubro (ante 3,0 pontos da pesquisa anterior). Também foi classificado como positivo. “Aqui, esse aumento do otimismo tem relação com a expectativa dos comerciantes pelo fim das obras de implantação de corredores de ônibus e de galerias pluviais, que estão impactando seriamente as vendas do Comércio na região central e na Av. Nove de Julho/Boulevard (centro expandido). Outro fator de otimismo é o compromisso assumido pelos dois candidatos a prefeito do segundo turno, ainda em outubro, para a remodelação total do programa Ribeirão Mobilidade”.
Nos últimos dias, já como prefeito eleito, Ricardo Silva, atendeu as reivindicações de SINCOVARP, CDL RP e entidades parceiras, e confirmou que a flexibilização dos corredores de ônibus começa já no dia 1º de janeiro de 2025. O ponto de partida será nas avenidas Dom Pedro I (Ipiranga) e Saudade (Campos Elíseos).
Análise macroeconômica
De acordo com Diego Galli Alberto, a alta da inflação (subiu 0,44%, em setembro e fez o mercado elevar a previsão), o recente aumento da taxa básica de juros, em 0,5%, (Copom/Banco Central), a disparada do dólar e a política fiscal (que pressionam a inflação), e, ainda, o nível alto de endividamento das famílias brasileiras, tornam o desafio ainda maior para o Varejo, nesse fim de ano.
“A somatória desses fatores prejudica o poder de compra do consumidor que, mais do que nunca, estará atento aos preços e promoções oferecidos pelo Comércio. A Black Friday é a primeira onda das compras de fim do ano, coincidindo com a primeira parcela do décimo terceiro salário. Com a segunda parcela, virá a onda mais próxima do Natal. Os empreendedores precisam fazer um planejamento mais apurado para enfrentar o cenário e alcançar bons resultados nas vendas. Se fecharmos o ano com variação positiva, ainda que abaixo do que poderia ser, será uma grande vitória!”, finaliza.