As vendas do Comércio Varejista de Ribeirão Preto tiveram tímido crescimento de 0,5%, em agosto de 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado. É o que aponta o levantamento do Centro de Pesquisas do Varejo (CPV), mantido por SINCOVARP (Sindicato do Comércio Varejista) e CDLRP (Câmara de Dirigentes Lojistas).
“Tivemos um pico de vendas até o Dia dos Pais, em 11 de agosto, e depois uma forte acomodação no restante do mês. Mas foi o suficiente para garantir uma leve alta do indicador com viés de estabilidade”, analisa Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV SINCOVARP/CDLRP.
“Para se ter uma ideia, em 2023, a variação das vendas de agosto, em Ribeirão Preto, ficou positiva em 2,6% na comparação com 2022. No primeiro semestre de 2024, as vendas no Varejo local já ficaram abaixo do primeiro semestre de 2023. Essa tendência se repetiu em julho e agosto, e precisa melhorar até o fim de dezembro para que o Setor Lojista não termine o ano no vermelho”, também afirma o pesquisador.
Ainda segundo Galli, “Os altos índices de inadimplência e de endividamento das famílias brasileiras, e a interrupção da sequência de quedas da taxa de juros para conter a pressão inflacionária, continuam enfraquecendo o poder de compra do consumidor. No caso específico de Ribeirão Preto, ainda são percebidos os impactos das obras de mobilidade nas vendas de importantes eixos comerciais da cidade”.
Empregabilidade
A média de variação entre vagas de trabalho abertas e fechadas, no Varejo de Ribeirão Preto, em agosto, foi de 0,6% apontando para a estabilidade. “Esse é um período do ano em que a empregabilidade é menor no Comércio. A tendência é de que o Varejo comece a contratar mais a partir de outubro, já pensando no período de fim de ano abrangendo Dia das Crianças, Black Friday e Natal”, diz Galli.
Índice de confiança
Considerando uma escala de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o Índice de Confiança SINCOVARP/CDLRP de curto prazo (sempre olhando para os três meses seguintes) registrou, em agosto, média de 3,6 pontos (ante 3,2 pontos da pesquisa anterior), classificado como positivo. O índice de longo prazo (que olha para os 12 meses seguintes), também registrou média de 3,6 pontos (ante 3,2 pontos da pesquisa anterior), igualmente classificado como positivo.
“O nível de confiança de agosto reflete a expectativa dos lojistas para um segundo semestre positivo, ainda que abaixo do esperado. No curto prazo, consolida a aposta dos empreendedores nas últimas datas sazonais do calendário varejista, em especial no Natal, para fechar o ano ‘no azul’. No longo prazo, fica clara a expectativa de dias melhores, em 2025, considerando que será um ano sem disputa eleitoral, com o fim das obras de mobilidade e mais dentro de uma normalidade”, finaliza Diego Galli Alberto.