As vendas do Comércio de Ribeirão Preto tiveram crescimento médio de 1,5%, em setembro de 2023, na comparação com o mês anterior, segundo levantamento do Centro de Pesquisas do Varejo (CPV), mantido por SINCOVARP (Sindicato do Comércio Varejista) e CDL RP (Câmara de Dirigentes Lojistas). Mesmo pequena, trata-se da oitava alta de vendas consecutiva nesse ano.
“Mesmo com as promoções alusivas ao Dia do Cliente (15/9), as vendas não sustentaram um resultado expressivo ao longo de setembro que já não tem uma data sazonal consolidada no calendário varejista. Além disso, o nível de endividamento das famílias brasileiras e a inadimplência, continuam altos. Se os consumidores já vinham cautelosos, em setembro foram ainda mais já pensando nos presentes de Dia das Crianças e Natal”, afirma Diego Galli Alberto, pesquisador e coordenador do CPV.
Empregabilidade
Em setembro, a média de variação entre vagas de emprego abertas e fechadas, no Comércio Varejista de Ribeirão Preto, teve variação positiva de 2,5% confirmando a tendência de alta por conta das contratações de colaboradores temporários para os últimos meses do ano. Em agosto, o indicador já tinha registrado crescimento de 2%.
“Passou rápido. Já estamos há um mês da Black Friday e há dois meses do Natal. Além de contratar, os lojistas também precisam treinar os colaboradores temporários e isso leva um certo tempo. A estruturação das equipes parece estar acompanhando a expectativa de vendas um pouco mais promissoras nesse fim de ano”, diz o pesquisador.
Índice de Confiança
Sobre a expectativa dos negócios para os próximos três meses (no curto prazo), considerando uma escala que vai de 1 a 5 pontos, em que 1 significa “muito pessimista” e 5 “muito otimista”, o Índice SINCOVARP/CDL de Confiança do Varejo ficou em 2,7 pontos, em setembro (ante 3,3 pontos, em agosto, e 3,5 pontos, em julho), classificado como regular.
Considerando a mesma escala, o Índice SINCOVARP/CDL de Confiança do Varejo para os próximos 12 meses (de longo prazo) ficou em 3,1 pontos (ante 3,6 pontos, em agosto, e 3,5 pontos, em julho), considerado levemente positivo.
Segundo Galli, essa queda significativa do otimismo dos lojistas, que já leva em conta a insegurança dos empreendedores quanto ao cenário econômico (ainda instável), também se deve aos impactos negativos das obras de mobilidade, revitalização da Av. 9 de Julho e implantação de galerias pluviais, no quadrilátero central e no chamado ‘centro expandido’ (que inclui Vila Seixas, Boulevard e Jardim América), junto ao Comércio Varejista.
Outro corredor comercial que teve queda expressiva de vendas é o da Av. Dom Pedro I, devido às restrições de estacionamento na via. São centenas de empreendedores prejudicados que, olhando para o histórico de problemas recentes e para os fatos atuais, não encontram motivos para acreditar que as obras vão acabar dentro do cronograma previsto e temem por um prolongamento dos prejuízos.
Ainda de acordo com o pesquisador, “os lojistas sabem que, com obras ou sem obras, terão algum crescimento de vendas no fim de ano. Mas ‘paira no ar’ a dúvida se essa alta terá fôlego suficiente para garantir um bom fechamento para 2023. O desempenho do Varejo, nesse ano, vem sendo abaixo de 2022, ainda que levemente positivo. Volto a salientar: o fator que vai definir o sucesso de vendas no fim de ano será a capacidade de compra do consumidor brasileiro, incluindo o acesso ao crédito. O cenário precisa evoluir rápido!”, finaliza.