Um grupo de grafiteiros realiza, nesta semana, um trabalho de grafitagem sem fins lucrativos em Ribeirão Preto. Artistas renomados do grafite paulistano, foram convidados para transformar a fachada do prédio em uma galeria de arte a céu aberto. Os trabalhos artísticos estão localizados na Rua Sete de Setembro, 777, zona central de Ribeirão Preto.
O Instituto Nova Era, um dos organizadores do evento, é uma organização sem fins lucrativos que promove diversas ações de interesse público, como o incentivo à arte urbana.
Segundo Vinicius Biagi, presidente do grupo, afirma que a intenção é fomentar a produção cultural na cidade. “Estamos transformando o espaço em um espaço cultura, de manifestação artística. A intenção é fazer uma exposição permanente para que quem passar por aqui tenha contato com a arte”, afirma Biagi. “Nossa intenção é priorizar os artistas locais”, explica.
Um desses artistas que tem uma obra no local é Daniel Medeiros, conhecido no meio artístico como “Boleta”. Seus desenhos já estamparam camisetas da Puma e até as paredes do Museu de Arte Contemporânea na Universidade de São Paulo.. “A gente já chegou a pintar em locais onde a comunidade jogava lixo. Depois do nosso trabalho, o local foi preservado pela própria comunidade”, disse.
Além de artista e autor de livro, Boleta é o precursor do graffiti psicodélico brasileiro e entre suas influências e referências estão a iconografia da tatuagem, a psicodelia dos anos 60 e 70, o misticismo e elementos da natureza.
Inspiração
Biagi afirma que o trabalho realizado em Ribeirão é uma inspiração do que foi realizado no chamado Beco do Batman, uma das principais atrações turísticas de São Paulo. O local atrai paulistanos, turistas e estrangeiros que buscam, na vida boêmia do bairro Vila Madalena, se encantar com as cores do grafite e desenhos que se estendem por pequenas ruas, onde o trânsito só é permitido para pedestres.
A iniciativa visa um projeto de ressignificação dos espaços urbanos através da arte, com o intuito de impactar e levar reflexão para a sociedade através do grafite. “As pessoas acabam descobrindo uma forma de vida”, afirma Boleta.
Texto: Gleice Lira