O empresário Eduardo Cornélio, que ganhou notoriedade ao desafiar o prefeito Duarte Nogueira (PSDB) e manter sua loja aberta mesmo contra a determinação legal, afirmou que, mais uma vez, não irá obedecer ao decreto do governo estadual que coloca todo o Estado de São Paulo na zona vermelha do Plano São Paulo durante os feriados do Natal e de Ano Novo.
“Mais uma vez não vou cumprir, minha loja vai estar aberta. Vou seguir o protocolo da dignidade”, afirmou, em depoimento exclusivo ao Grupo Thathi. Ele informou ainda que não teme novas multas – ele já foi autuado em R$ 1 mil por descumprir a determinação anteriormente.
O empresário ainda definiu a ação do governador João Dória (PSDB) como “patifaria”. “Mais uma vez essa patifaria acontecendo em Ribeirão Preto (…) eu sou contra tudo isso. As pessoas que estão mandando as outras ficarem em casa são as que estão recebendo (…) tira o salário deles, como tirou o nosso (…) para eles é muito fácil falar fica em casa”.
A posição de Cornélio não é única. Pelo menos cinco empresários do setor de bares e restaurantes afirmaram, quando consultados, que não irão fechar suas lojas. “Eu tenho quase R$ 6 mil em boletos e comida estocada. Vou abrir meu bar normalmente, simplesmente não posso ter essa perda. É a chance que a gente tem de recuperar um pouco os prejuízos”, disse um dos comerciantes, sob condição de não ter a identidade revelada.
Entidades
A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp) também repudiou a regressão à fase vermelha durante os feriados. “A Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto classifica como irresponsável e equivocado o decreto do governo do Estado que determina o fechamento completo de diversas atividades econômicas indistintamente em São Paulo”, disse a instituição, em nota.
No entender da entidade, a ação estadual deve causar problemas e prejudicar ainda mais a situação, gerando aglomerações nos dias que antecedem os feriados. “O governo erra ao colocar na mesma fase do Plano São Paulo regiões em situações distintas com relação a evolução de casos, óbitos e capacidade de atendimento hospitalar, prejudicando as populações que tem se esforçado mais para manter seus números sob controle, como é o caso de Ribeirão Preto”, diz a nota.
O Sincovarp, por sua vez, não discutiu o mérito das medidas e orientou os lojistas a cumprirem rigorosamente as determinações do Plano São Paulo. “O comerciante vai poder funcionar apenas de portas fechadas realizando vendas por meio dos sistemas de Delivery e de Drive-thru. Os shoppings também estarão de portas fechadas ao público, no entanto, as lojas também estarão funcionando em sistemas de Delivery e de Drive-trhu”, destaca Paulo César Garcia Lopes, presidente do SINCOVARP e da CDL Ribeirão.