O Ministério Público (MP) de São Paulo deflagrou, nesta quarta (9), duas operações visando combater organizações criminosas atuantes em órgãos públicos. Numa delas, a Golpe Baixo, que investiga desvios da ordem de R$ 2 milhões, o vice-prefeito de Guaíra, Renato César Moreira (Cidadania), foi preso temporariamente. Outras autoridades da cidade também foram encarceradas.
A Operação “Golpe Baixo” apura a existência de organização criminosa instalada na Prefeitura de Guaíra visando desviar verbas públicas com a participação de empresários. O esquema ocorria principalmente na pasta de Esporte, Educação e Cultura, comandada pelo vice-prefeito.
“Foram realizadas inúmeras contratações fraudulentas de empresas pertencentes a pessoas próximas ao Prefeito, ao Vice e ao Diretor de Esportes. Grande parte destas contratações foram direcionadas para uma empresa que ministra aulas de judô, porém foi contratada para diversos objetos, em alguns casos com preços superfaturados”, diz ao MP, em nota.
No total, foram expedidos, em decorrência desta investigação, 80 mandados de busca e apreensão, dez mandados de prisão temporária, além de determinado o afastamento do cargo do prefeito de Guaíra, do vice e de mais dois servidores públicos. Ao todos, 25 pessoas foram alvos desta Operação. Todos os mandados foram expedidos pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Operação Hamelin
Outra operação deflagrada pelo MP foi a “Hamelin”, decorrente de um acordo de colaboração premiada firmada com algumas pessoas alvos da Operação “Purgamentum”, realizada pelos Ministérios Públicos do Estado de São Paulo e de Minas Gerais, no ano de 2017.
O nome da operação é uma alusão ao folclórico conto “o Flautista de Hamelin”, em decorrência de infestação de ratos que foi acometida a cidade de Hamelin.
De acordo com o MP, diversos prefeitos, entre eles alguns da região, realizaram ajustes com a empresa Seleta Meio Ambiente Ltda para que, em troca da contratação da empresa, fossem pagos valores indevidos, sejam a título de campanha eleitoral, seja mediante vantagens indevidas no exercício do cargo. Os contratos da empresa Seleta com os municípios investigados somam, aproximadamente, R$ 41 milhões.
Foram expedidos 35 mandados de busca e apreensão em relação a 15 alvos, sendo quatro prefeito em exercício (Franca, Batatais, Guaíra e Orlândia) e três ex-prefeitos e outras pessoas.