Neste sábado (8), o comércio e alguns serviços tiveram liberação para funcionar em Ribeirão Preto, com a publicação do decreto do governador João Doria (PSDB). O que se viu, novamente, foi uma verdadeira invasão às ruas do Centro.
As 434 mortes causadas pela doença na cidade, bem como os mais de 15 mil casos positivos, não foram suficientes para afastar a população das compras. Muitas lojas tiveram até fila na porta já que há uma restrição sobre número de pessoas no interior das mesmas, com a lei determinando que é permitido funcionar com apenas 40% da capacidade de cada estabelecimento.
Apesar de a maioria das pessoas estarem usando máscaras, foi possível encontrar pessoas sem o equipamento. Vale lembrar que a multa para quem for pego sem máscara é salgada e supera os R$ 500.
O prefeito Duarte Nogueira (PSDB), na quinta-feira, pediu cuidado à população. “Cada um de nós precisa redobrar os cuidados de higiene, o uso de máscaras, o distanciamento social e ter uma atitude civilizada, de respeito ao coletivo, para que nossa cidade e nosso comércio não sejam mais penalizados do que já foram até agora”, acrescentou o prefeito.
Personagens
O aposentado Claudio Siqueira, 61, foi um dos que passeou pelo Centro. Com máscara, admitiu que não resistiu. “Meu pai já é falecido, mas eu não aguentava mais ficar em casa. Vim ao Mercadão comprar queijo e rever alguns amigos”, conta.
Já a professor Cristina Ferreira afirmou que o motivo da ida ao Centro foi comprar o presente do pai. “Ele está desde março sem sair de casa, vamos nos reunir e queria dar uma camisa do Palmeiras pra ele, que é torcedor, para que ele acompanhe a final do campeonato”, contou.
Medicina
O infectologista Ulisses Strogoff ressalta que, apesar da abertura, a situação da pandemia não está resolvifda na cidade. “Na verdade, apenas conseguimos colocar leitos em operação. A situação não está controlada, muito longe disso. Vivemos a fase mais aguda da pandemia, com os gráficos subindo a cada dia”, infirmou.
Segundo o infectologista Luiz Fernando Baqueiro, o momento pode contribuir para aumentar casos. “O risco que acontece nas aglomerações, quando não se consegue manter o distanciamento necessário, é de transmissão. Certamente a disseminação vai acontecer se tiver aglomerações”, declarou o médico.
Assustado com o fluxo intenso no comércio, ele ainda faz um alerta. “Você pode encarar como algo corriqueiro, mas isto não quer dizer que você possa relaxar”.