Os 18 trabalhadores rurais maranhenses flagrados em condições análogas à escravidão em Guariba conseguiram receber os direitos trabalhistas e retornar para o estado de origem. A empresa responsável por trazê-los para a região de Ribeirão Preto fez um acordo com o MPT (Ministério Público do Trabalho) para quitar salários e benefícios, além de pagar pela viagem para o Nordeste.
O grupo veio em ônibus clandestinos, pagando as passagens do próprio bolso, com a promessa de trabalho e remuneração dignos por 3 meses. Chegando a Guariba, o empregador alertou que pagaria apenas o primeiro mês de aluguel dos imóveis, e que eles teriam que manter as moradias e a alimentação por conta própria. Nenhum trabalhador teve o contrato registrado em carteira de trabalho, tampouco equipamentos de proteção individual e ferramentas para a execução dos serviços, e até o momento da operação, não haviam recebido qual valor pelo trabalho.
Eles estavam em dois alojamentos encontrados em situação extremamente degradante. Os casebres antigos tinham forte odor e sujeira em seu interior. No momento da operação, um dos alojamentos estava sem o fornecimento de água por falta de pagamento. Todos os trabalhadores dormiam em colchões no chão, muitos deles com baixa densidade. Não havia armários, de forma que os trabalhadores espalhavam seus pertences pelo chão. Não havia alimentos na dispensa, exceto um pouco de arroz e farinha, além de um pacote de carne, contendo orelha e pé de porco.
O acordo firmado pelos intermediários com o MPT não os isenta de acusações criminais. O caso, inclusive, está sob investigação da Polícia Federal. O crime de redução de pessoa à condição análoga de escravidão tem pena prevista de dois a oito anos de prisão.
Veja o vídeo do resgate: